Vitórias e impasses no gigantismo da Virada Cultural

Cinco agentes culturais debatem na Redação do 'Estado' a consolidação do evento, no 5.º ano, por R$ 8 milhões
fonte: O Estado de S. Paulo, por Jotabê Medeiros, 14 de maio de 2010 

SÃO PAULO - Virada Cultural é, sim, parte da política cultural da cidade de São Paulo. Entretanto, não pode ser uma ação isolada, tem de buscar deixar resultados perenes na dinâmica artística da metrópole. E aumentar sua "capilaridade", espraiando-se por regiões menos favorecidas da Pauliceia.
Esse é um dos resultados do debate que o Estado promoveu anteontem com cinco expressivos agentes da cultura - o antropólogo José Guilherme Magnani, o empresário Alexandre Youssef, o produtor Mozart Mesquita e as atrizes e produtoras Mariana Senne e Patrícia Barros:

Simbolismo

Alexandre Youssef. "A Virada Cultural é um belo dum cartão-postal, uma maneira de representar a diversidade artística, uma certa vocação que a cidade tem. Mas não pode ser ‘a’ política cultural. E é o que acontece, o que é lamentável. De uma certa maneira, você perde a noção de ações continuadas, de irrigação de determinados focos culturais da cidade, e atores, agentes, produtores que estão fazendo coisas independentemente do governo, do poder público, do mercado, que acabam perdendo conexão com uma das linhas de fomento que deveriam existir - agregadas a coisas como a Virada Cultural."

José Guilherme Magnani. "Essa é uma iniciativa interessante da parte do poder público, pela dimensão que tem, a escala de uma megacidade, um evento que agrega, que abre espaço, e que permite, pelo menos por um certo tempo, a ocupação do espaço urbano. As pessoas têm a sensação de serem atores sociais e de ocuparem um espaço, contrariando essa ideia de que o espaço público está se perdendo. É uma ação simbólica, mas justamente por ser simbólica que é importante, abre espaço, talvez seja importante."

Youssef. "Põe simbólico nisso! Esse papo de que a Virada Cultural é um chamamento para a revitalização do centro... Nós que trabalhamos no centro, a gente sabe que não acontece nada, só a Virada Cultural, o pessoal vai lá e vai embora. Quando eu vejo uma entrevista em que um secretário de Cultura vem e fala: é, existe um lado muito positivo de revitalização do centro, eu acho que é muito absurda a ideia de que revitalizar o centro é colocar gente da classe média e classe média alta andando pelo centro. Não é. Revitalizar o centro tem a ver com uma série de outras questões. Tem a ver com habitação, gente vivendo lá, criando um movimento de baixo para cima, que parta da capilaridade local."

Magnani. "Seria pedir demais para a Virada Cultural fazer tudo isso. Ela não se propõe a isso."

Mariana Senne. "A Virada está trabalhando com um orçamento de R$ 8 milhões para um evento de 24 horas. No teatro, nós temos a Lei do Fomento, que poderia ser um modelo de uma ação pública continuada, que tem R$ 11 milhões durante o ano inteiro. São contemplados 50 grupos, que pode atender a uma população bastante grande, que chega perto dos números absolutos da Virada. É um exemplo de política pública que é de continuidade. Parece que, por mais que as intenções sejam positivas, a Virada não é uma política pública."

Youssef. "Mas ao mesmo a gente não pode cair numa vala perigosa de negar o entretenimento, o lazer, o show, a efervescência, a maluquice, a vanguarda. Isso tudo tem muito a ver com o fato de existir a Virada, porque ela simboliza muito do que é o dia a dia da noite de São Paulo, que é uma coisa enorme, com uma quantidade incrível de eventos, de possibilidades. É muito por aí. O problema é que não há continuidade."

Mozart Mesquita. "Poderia haver mais diálogo. Fica parecendo que é um tiro muito grande num momento muito específico, uma bazuca para atirar num final de semana, um único dia."

Feiras & Paradas

Magnani. "Deixa eu fazer uma relação com outra coisa simbólica que acontece na cidade: as feiras. A Feira da Vila Madalena, da Pompeia, do Bexiga. São momentos em que a população ocupa as ruas por um dia só, mas isso dá uma sensação de que esta cidade pode ser ocupada. Eu vejo uma perspectiva por parte dos atores sociais. Eu moro na Pompeia, e num dia, um dia só, as ruas são usadas para fazer festa. São muitas associações de bairros que vendem, escoam seus produtos. São muitos. Agora, que ela não esgota política pública, é claro que não."

Mesquita. "Se eu não me engano, a Feira da Pompeia vai ser realizada justamente neste final de semana da Virada... Ou seja: concentra ainda mais. Um exemplo de falta de concatenação."

Patrícia Barros. "E aí você vê albergues do centro sendo fechados, a população de rua cada vez mais na rua, a classe média cada vez mais desesperada ali. É muito efêmero, é só evento. Começou, acabou. Tem gente que vem do interior para ver, mas as pessoas dizem: é tudo no mesmo horário. Pega mais a questão megalomaníaca do grande evento do que de fato do entretenimento."

Magnani. "Deixa eu fazer outra comparação então com outro grande evento de São Paulo, a Parada Gay. É um dia só, ela torna pública uma questão que está na ordem do dia, e isso não significa que, durante o ano, os grupos sociais não façam suas reivindicações. O mérito da Parada está em tornar pública uma questão que está subordinada."

Youssef. "A Parada Gay funciona como um exemplo exatamente oposto à Virada. Tentaram retirá-la da Avenida Paulista, como a Marcha para Jesus. A Marcha para Jesus foi retirada, foi para o Campo de Bagatelle. A Parada só não foi retirada por conta de uma mobilização do São Paulo Visitors Bureau, que são os hotéis, da indústria hoteleira, etc., que demonstraram o impacto econômico que a Parada Gay representava. Outra coisa: a Parada Gay tem alguns apoios públicos, mas não se comparam com essas cifras que estão sendo mencionadas para a Virada. É organizada por uma entidade, apoiada por dezenas de entidades privadas, mas não tem esse enfoque de ação pública. E nasceu de forma diferente, de baixo para cima."

A inspiração

Youssef. "A Virada Cultural se inspirou na Nuit Blanche francesa, que teve uma origem muito diferente. Foi criada por Jacques Lang, quando ele era ministro da Cultura do governo Mitterrand, ao mesmo tempo em que ele criava as Maisons de la Musique, que são aquelas casas de música amplificadas que ele construiu milhares no território francês, que tinham palco para música, para teatro, para multimídia. A Nuit Blanche é um maravilhoso evento, agregada às ações de pulverização dos espaços e ações culturais em todo o território francês, que se transformou numa política pública revolucionária. Se você perguntar para o Laurent Garnier ou o MC Solaar onde eles começaram, provavelmente dirão que foi tocando em alguma Maison de la Musique. São dois expoentes da música eletrônica e do rap que surgiram após um período de total estagnação, motivados por esse estímulo do Estado francês. Aí a Nuit Blanche fazia todo o sentido, era uma celebração dessa política cultural. É necessário ter uma resposta de continuidade à Virada, porque ela é importante, é simbólica, é bacana, é agitadora. A cidade ganha um respiro. Mas tem que ter essa ação, que seja até um contraponto de continuidade a esse evento grandioso."

Da programação

Youssef. "A exclusão de determinadas expressões é péssima. Eu sou muito a favor do hip-hop, e acho que falta mesmo. Mas acho que a periferia também está representada por outros gêneros, seja a música romântica, seja o forró eletrônico, o funk carioca. Agora, excluir o hip-hop porque colocaram os Racionais para tocar na Praça da Sé às 4 h da manhã depois de 5 anos que não faziam um show público, era claro que ia dar confusão. Foi um erro estratégico de quem colocou eles lá naquelas circunstâncias. Faz na Praça Charles Muller, é uma das maiores bandas do País. É falta de noção, de abraçar os movimentos todos da cidade."

Mariana. "Não sei se a Virada Cultural demonstra um interesse efetivo de dialogar com os movimentos artísticos e culturais."

Magnani. "Só que de repente tem que ver se eles também querem. Às vezes, esses movimentos têm uma leitura política, e essas pessoas querem marcar sua presença politicamente. Às vezes, para eles, entrar num negócio tão genérico assim como a Virada representaria um pouco perder sua ação política, a intenção de marcar propositivamente uma posição política. Fazemos uma arte que está vinculada a uma questão mais geral."

Youssef. "Talvez esse lado vanguardista de São Paulo, que é para mim o que faz a cidade ser bacana, a não inclusão é também uma não percepção da vocação da cidade."

Magnani. "Mas eu não sei se a Virada seria o lugar para a vanguarda. Esse tipo de experimento requer um pouco mais de cuidado. Ao colocá-lo numa geleia dessas, você termina diluindo, fazendo com que seja vista como uma coisa exótica. É uma coisa de vanguarda e que rompe padrões. Você faz com que isso acabe perdendo a sua força."

Vanguarda

Magnani. "O poder público é sempre conservador. Esperar que o poder público seja vanguardista seria querer demais."

Mesquita. "Talvez seja bom olhar o exemplo de Jacques Lang, que fez a Nuit Blanche, e que se tornou um produto de exportação: está em Toronto, na Europa inteira."

Youssef. "Eu não concordo que o poder público tenha de ser sempre conservador. Quando você tem algumas situações que são muito claras... Por exemplo, a revitalização do Baixo Augusta, os clubes, as galerias, a efervescência da noite, os pequenos ateliês, valorização dos imóveis. Tá todo mundo falando nisso, a Veja, o Estadão. E não existiu qualquer ação pública. Zero. Mesmo que a ação pública não seja de vanguarda, ela tem de aproveitar, potencializar as ações que estão acontecendo na cidade. Seja de qualquer ponto de vista. E não existe essa noção de aproveitamento."

Da grana

Mariana. "O discurso, quando se procura apoio para políticas culturais, é sempre esse: não há dinheiro. De repente aparecem R$ 8 milhões para a Virada, dois deles saídos da reforma da Praça Roosevelt, que é uma das ações de afirmação cultural mais efetivas da cidade."

Patrícia Barros. "Pensando na Virada como um grande evento, como um atrativo para turismo, investimentos: não seria interessante que fosse realizada com verbas de leis de incentivo, como a Lei Mendonça, e não com verba do tesouro? Porque existem verbas como a da Lei do Fomento, que vão construindo redes na cidade, a longo prazo, e precisam de incentivo, e nesse caso da Virada, há grande interesse do show biz, que poderia investir também."

Mariana. "A Barra Funda, onde está a Companhia de São Jorge, onde eu trabalho, vale a pena a gente se perguntar o que está por trás disso. Qual é o conceito de cidade que está por trás disso. Parece que é uma cidade empresarial, onde a arte é uma mercadoria, e nós que somos os fazedores da cultura, acabamos funcionando ingenuamente, ou às vezes oportunisticamente, como iscas. Que, afinal de contas, dialogamos com os travestis, os crackeiros, e ajudamos a estimular a especulação imobiliária. Por que não há mais diálogo?


SP-Arte foi um sucesso de vendas, diz Fernanda Feitosa

Com vendas na casa dos R$ 30 milhões, diretora do evento diz que não há crise no mercado de arte do País
fonte: O Estado de S. Paulo, por Camila Molina, em 07 de maio de 2010

SÃO PAULO - Pelos cálculos, fechados até esta quinta, 6, o volume total de vendas de obras na 6.ª SP-Arte - Feira Internacional de Arte de São Paulo, que ocorreu até domingo no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, ficou entre R$ 30 milhões e R$ 32 milhões. "É um balanço pendente", como diz a diretora do evento, Fernanda Feitosa, porque, segundo ela, há negociações de obras ainda correndo, um movimento corriqueiro pela natureza de feiras. De qualquer maneira, como Fernanda estima, o balanço de 2010 revela aumento de cerca de 15% em se comparando com a edição passada da SP-Arte, de 2009, que teve cerca de R$ 26 milhões (ou US$ 15 milhões) de vendas. Não existe mesmo crise nenhuma no mercado de arte brasileiro.

No mesmo fim de semana em que ocorreu a feira na Bienal, com participação de 80 galerias, nacionais e estrangeiras e visitada por 15.795 pessoas, a Bolsa de Arte do Rio de Janeiro realizou em São Paulo dois leilões, um de arte moderna e outro de arte contemporânea, design e fotografia. Como conta Jones Bergamin, diretor da Bolsa de Arte, cada leilão rendeu em torno de R$ 2 milhões de vendas - o grande destaque foi This Is a Canvas, This Is a Box, acrílica sobre tela de 1996 de Cildo Meireles, arrematada por R$ 400 mil.

Cálculos. "É um momento financeiro muito bom, graças a Deus!", festeja Alessandra d’Aloia, presidente da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abac), que agrega 20 galerias de 5 Estados e sócia da Galeria Fortes Vilaça, uma das mais importantes de São Paulo. Segundo cálculos da Abac, entidade criada em 2008, houve aumento de 30% de venda de obras de seus associados nesta 6.ª SP-Arte. "É um estrondo", define Alessandra. Pela primeira vez a Abac se dedicou a fazer um balanço de volumes vendidos.

Mas fazer cálculos de feiras é sempre complicado, ainda mais porque se misturam os chamados mercados primários e secundários no mesmo evento. No caso da SP-Arte, que reuniu cerca de 2.500 obras - e também promoveu cerca de R$ 190 mil em doações do Shopping Iguatemi, Banco Espírito Santo e da colecionadora Cleuza Garfinkel para aquisições destinados aos acervos da Pinacoteca do Estado, Museus de Arte Moderna de São Paulo e da Bahia -, há uma especificidade: ela é uma feira na qual colecionadores não arrematam peças de valores milionários ou mais caros. "Pode-se dizer que trabalhos de até US$ 50 mil se vendem bem", conclui Alessandra, exemplificando que foi A Coluna de Cinzas, de Nuno Ramos, vendida a US$ 90 mil, a peça de valor mais alto vendida no estande da Galeria Fortes Vilaça, que tem ainda em seu time nomes como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e Ernesto Neto.

Max Perlingeiro, diretor da Pinakotheke Cultural, afirma que Figura em Azul, pintura moderna de cifra milionária de Ismael Nery e datada de 1928, considerada uma das mais caras desta 6.ª edição da SP-Arte, ainda está em negociação. "As obras de menor valor são vendidas, as de mais valor, demandam negociação", diz Perlingeiro. A escultura em bronze de 1945 de Maria Martins exibida no estande da Arte 57, que também seria um destaque do evento, cotada a R$ 1,5 milhão, saiu sem comprador. "Acredito que haja mais folclore do que realidade quando se fala de uma efervescência do mercado. Colecionadores interessados em coisas excepcionais estão negociando muito. A euforia existe para arte contemporânea de valor palpável", pondera Max Perlingeiro.

Números:

A Feira Internacional de Arte de São Paulo revela alguns dados

32 milhões de reais - foi o volume estimado de vendas na edição deste ano

15% de aumento de faturamento em relação a 2009, que movimentou R$ 26 milhões

190 mil reais foi o valor aproximado de doações para instituições de São Paulo e Bahia

15.795 visitantes em cinco dias de feira, 20% a mais que em 2009

convite sp-arte/2010 - dconcept escritorio de arte

feira internacional de arte de são paulo


sp-arte/2010
LOCAL:
Pavilhão Ciccillo Matarazzo
Parque do Ibirapuera, Portão 3
DATAS E HORÁRIOS:
29 e 30 de Abril de 2010 (quinta e sexta) - das 14 às 22 horas
1 e 2 de Maio de 2010 (sábado e domingo) - das 12 às 21 horas
INGRESSOS
Ingresso          R$ 25,00
Meia entrada    R$ 12,00 para estudantes, mediante apresentação de carteira apropriada, e para maiores de 60 anos .
Aceitam cartões de débito e crédito, dinheiro ou cheque.
MAIS INFORMAÇÕES:

DCONCEPT escritório de arte na sp-arte:

convite DESDOBRAR DA GENTE no SESC São Carlos, programação

linhas, cores, tecidos e contextos
exposição de trabalhos da artista Juliana Garcia.

no SESC São Carlos, de 10 de abril a 30 de maio.
a programação conta com 'Contação de Histórias', 'Oficinas para Pais e Filhos', 'Visitas Monitoradas' e 'Mini Curso de Desenho e Composição' com a artista.

Apareça!!!

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convite DESDOBRAR DA GENTE, no SESC São Carlos

linhas, cores, tecidos e contextos
exposição de trabalhos da artista Juliana Garcia.

no SESC São Carlos, de 10 de abril a 30 de maio.
Apareça!!!



portal SESCSP
 
ISTO NÃO É UM ESCRITÓRIO - www. de Juliana Garcia
www.istonaoeumescritorio.com

Pavilhão das Culturas Brasileiras é inaugurado no Parque do Ibirapuera

fonte: Mapa das Artes

A Prefeitura de São Paulo inaugura a exposição “Puras Misturas” em 11/04/10, das 11h às 15h, mostra que anuncia a criação do Pavilhão das Culturas Brasileiras. A instituição ocupa o Pavilhão Engenheiro Armando Arruda Pereira, no Parque do Ibirapuera, um edifício de 11 mil m² projetado por Oscar Niemeyer nos anos 1950, tombado pelos órgãos de patrimônio histórico municipal, estadual e federal. Por quase quatro décadas, o local abrigou a Prodam (Companhia de Processamento de Dados do Município de São Paulo). Com curadoria geral de Adélia Borges, a mostra celebra a riqueza e a diversidade da cultura do Brasil ao apresentar peças de arte erudita, popular e indígena. Em cartaz até 12/09/10, com entrada franca, apresenta parte do acervo do futuro museu. São exibidas peças adquiridas recentemente pela Secretaria Municipal de Cultura ou vindas de outras coleções públicas.

Ocupando uma área de cerca de 2.500m2, a exposição se desdobra em quatro módulos: “Viva a Diferença!” (uma instalação com banquinhos de variados formatos e materiais, onde os visitantes poderão sentar, confeccionados por povos indígenas, por comunidades artesanais de várias partes do país, por artesãos contemporâneos e por designers como Sergio Rodrigues, Carlos Motta, Marcelo Rosenbaum, Michel Arnoult, Nido Campolongo, Claudia Moreira Sales, Lina Bo Bardi, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki); “Abre-Alas” (esculturas e objetos utilitários de artistas como Bispo do Rosário, Paulo Laender e Véio – Cícero Alves dos Santos); “Da Missão à Missão” (uma linha do tempo, construída em um painel de 180m de comprimento, que faz um histórico das principais iniciativas de difusão da diversidade da cultura brasileira, abrangendo nomes como Mário de Andrade, Gilberto Freyre, Aloisio Magalhães e Lina Bo Bardi); e “Fragmentos de um Diálogo” (módulo propositivo do Pavilhão com manifestações culturais distintas, como teasers de exposições a serem desenvolvidas pela instituição posteriormente).

A mostra traz obras de artistas modernistas, contemporâneos e populares como Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, Victor Brecheret, Alex Flemming, Emmanuel Nassar, Samico, Alcides Pereira dos Santos, Artur Pereira, J. Borges, José Antonio da Silva e Zé do Chalé; e de designers como irmãos Campana, Ronaldo Fraga e Lino Vilaventura. A arte indígena é representada por trabalhos de diferentes povos, como os Mehinako, do Mato Grosso, os Tukano, do Amazonas, e os Kadiweu, do Mato Grosso do Sul, além da produção marajoara.

O Pavilhão abriga o acervo do antigo Museu do Folclore Rossini Tavares de Lima, que ocupava o prédio da Oca até 2000, quando foi transferido para a Casa do Sertanista. A coleção, que passou por catalogação e higienização, conta com cerca de 3.600 objetos (cerâmicas, roupas, gravuras, pinturas, esculturas), 2.200 fotografias, 400 registros sonoros e 9.750 livros e documentos. A Secretaria Municipal de Cultura centralizará no Pavilhão outros acervos municipais que hoje se encontram em outros locais, como a coleção da Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade, peças de Vitalino que se encontram na Biblioteca Mário de Andrade e obras de arte indígena do Museu da Cidade. Há também novas aquisições, iniciadas no ano passado, com ênfase na contemporaneidade: obras de artistas como Artur Pereira, Chico da Silva, GTO, Ulisses, Véio e Zé do Chalé; artefatos de povos indígenas de várias partes do país, como os Wajãpi do Amapá e os Kayapó Xikrin do Mato Grosso; peças de artesanato de comunidades de vários Estados; e ainda peças de design popular.

PAVILHÃO DAS CULTURAS BRASILEIRAS
Parque do Ibirapuera: av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10, Pavilhão Engenheiro Armando Arruda Pereira, tel. (11) 5083-0199. Ter. a dom., 9h/18h (entrada até às 17h).