Visita a museus no Brasil - a gratuidade em foco

fonte: Demu/Iphan, em 23/07/2008

DISTRITO FEDERAL, Brasília - Nos países do hemisfério norte, a questão da gratuidade para visitação de museus é abordada em três frentes: a do acesso universal, onde nenhum visitante paga pelo ingresso; a das tarifas diferenciadas, onde certos grupos são isentos ou desfrutam de descontos ou dias promocionais; e, finalmente, a do acesso sempre pago.As instituições museológicas muitas vezes modificam sua abordagem e fazem experiências com o intuito de verificar o custo-benefício de suas políticas tarifárias. As pesquisas de público têm sinalizado que a gratuidade não parece determinar, naqueles países, a ampliação do acesso aos museus.Na realidade, a falta de interesse ou de familiaridade com os assuntos tratados nas exposições ou com as instituições museais e a cultura que veiculam são consideradas os maiores empecilhos à visita. O distanciamento entre o público e o museus é causado não pelo valor do ingresso, mas pelo fato de não compartilharem os mesmos valores culturais.

Visitação nos museus brasileirosNo Brasil, segundo dados do Cadastro Nacional de Museus, das 1.310 instituições já registradas cerca de 20% cobram ingressos. Os preços variam entre R$ 1,00 e R$ 10,00 e praticamente todos os museus aplicam tarifas diferenciadas, gratuidade para grupos escolares ou dias promocionais. Dentre esses, 51% são instituições sob a tutela pública: a maior parte são estaduais (40%), seguidos dos municipais (30%) e dos federais (30%).Na pesquisa Perfil-Opinião, realizada pelo Observatório de Museus e Centros Culturais, entre 2005 e 2007, a questão da política tarifária ou da gratuidade está presente tanto nas perguntas referentes aos fatores que dificultam a visita a um museu quanto naquelas referentes aos motivos para visitar a instituição - o valor do ingresso é uma possibilidade de resposta - e também aparece na análise da renda domiciliar mensal do visitante.Para 40% dos visitantes dos 11 museus do Rio de Janeiro e 35% dos visitantes dos 13 de São Paulo, o valor - ou baixo custo do ingresso - é um motivo para ir ao museu. Dentre as dificuldades para visitar os museus de forma geral, 35% dos visitantes de São Paulo declararam que o valor do ingresso é um fator que dificulta, e 34% declararam que a dificuldade vem de outros custos acarretados pela visita.Quanto à renda dos visitantes, entre os museus paulistas a faixa de renda domiciliar mensal declarada com maior freqüência foi acima de R$ 4 mil, valor que segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2006 foi declarado por somente 6,3% da população da Região Metropolitana de São Paulo.No Rio de Janeiro, a pesquisa realizada em 2005 indicava que enquanto apenas 2,4% da população da Região Metropolitana declararam renda domiciliar mensal superior a R$ 4 mil, entre os visitantes dos museus cariocas o percentual foi de 24,8%. As informações sugerem que os museus tendem a atrair, proporcionalmente, uma população com renda elevada.

Pesquisa de Opinião - Considerando a necessidade de facilitar o acesso aos museus para todos os segmentos da população, a reflexão sobre a gratuidade continua. E você o que pensa? No Brasil, a gratuidade é fator determinante para o acesso aos museus?

Deixe sua opinião na enquete online, que estará aberta para participação pública até o final de julho, na página eletrônica do Observatório de Museus e Centros Culturais: www.museus.gov.br/observatorio. Mais informações: (61) 3414-6234 e demu@iphan.gov.br, no Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Demu/Iphan).