Projeto Nova Luz, audiência não responde dúvidas

A longa apresentação do projeto Nova Luz não tranquilizou os representantes de associações de moradores, comerciantes e movimentos sociais presentes.

fonte: BRASIL DE FATO, por Patrícia Benvenuti, em 13 de abril de 2011


Questionamentos e muita tensão marcaram a audiência pública sobre o projeto Nova Luz em São Paulo nesta terça-feira (12) na Câmara Municipal.


Cerca de 200 pessoas participaram do encontro, que contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, de vereadores, deputados, representantes do consórcio responsável pelo projeto e, principalmente, de moradores e comerciantes da região.

A audiência iniciou com a apresentação de Bucalem, que definiu o projeto como “uma oportunidade de transformar a cidade”. Por meio de desenhos e gráficos, o secretário mostrou as perspectivas para a região depois das reformas.

O projeto Nova Luz, feito pelo consórcio formado pelas empresas Concremat Engenharia, Cia City, Aecom e Fundação Getúlio Vargas (FGV), prevê a reurbanização da área, com reformas no trecho delimitado pelas avenidas Duque de Caxias, Rio Branco, Ipiranga e ruas Mauá e Cásper Líbero.

Bucalem fez questão de frisar que o projeto apresentado na audiência se trata apenas de uma versão “preliminar”, e que o documento final será concluído no final de maio. Já a licitação para escolher a empresa executora do projeto deve ser lançada em junho. O orçamento do plano urbanístico é estimado em mais de R$ 1,1 bilhão – metade do valor deve ser bancado pela Prefeitura.


Dúvidas persistem


A longa apresentação do projeto, no entanto, não tranqüilizou os representantes de associações de moradores, comerciantes e movimentos sociais presentes.

A principal reivindicação das organizações é a garantia de permanência na área depois das reformas. O presidente da Associação de Moradores da Santa Ifigênia, Antônio Santana, critica a indefinição sobre o destino de quem trabalha e reside na região.

“Desde 2009 a gente pede garantias, ainda antes da aprovação das leis, estamos em 2011 e a resposta [do poder público] é sempre de que o estudo é preliminar”, afirma.

O projeto de lei de concessão urbanística em áreas degradadas na capital paulista e a reurbanização do centro foi enviado originalmente à Câmara Municipal de São Paulo como um único texto. Em seguida, foi desmembrado, dando origem a duas leis aprovadas em 2009: a lei que define as regras gerais para as chamadas concessões urbanísticas (que terceiriza a desapropriação de imóveis), a lei que trata especificamente da concessão urbanística na Nova Luz.

As incertezas também fazem com que a presidente da Associação de Moradores e Amigos da Santa Ifigênia e da Luz (Amoaluz), Paula Ribas, se mostre apreensiva em relação ao futuro. “Será que todas as questões que a gente pontua há tanto tempo serão contempladas no projeto final? O debate é bom, mas e as ações? O que concretamente vai acontecer?”, questiona.

Além de falta de garantias para moradores e comerciantes, Paula Ribas frisa que o projeto apresentado não responde a outras demandas importantes da região.

“O projeto Nova Luz não apresenta alternativas sociais, como no caso dos moradores de rua e dependentes químicos. Como vai se resolver isso?”, indaga.

Por parte dos comerciantes, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Santa Ifigênia, Joseph Hanna Fares Riachi, criticou o projeto que, segundo ele, deve tirar o caráter comercial da região. Segundo ele, os trabalhadores serão penalizados em função de interesses da especulação imobiliária na área.

“A Santa Ifigênia cresceu por conta própria, nunca tivemos qualquer incentivo do governo. O nosso desejo é de que o projeto melhore, mas que haja a participação de todos que estão aqui”, afirmou.


Promessas


Depois de ouvir as críticas e reclamações, o secretário de Desenvolvimento Urbano afirmou que todas as questões levantadas na audiência serão contempladas no projeto final.

Ele garantiu que, em caso de desapropriações, os proprietários receberão o valor de mercado por seus imóveis e que aqueles que perderem suas casas poderão permanecer na região.

“O projeto tem obrigação de oferecer uma moradia na área para essas pessoas, isso é uma premissa”, disse.

Já em relação aos dependentes químicos e moradores em situação de rua, ele destacou que o atendimento não está previsto no projeto Nova Luz, e sim por meio da Ação Integrada Centro Legal, trabalho conjunto da Secretaria da Saúde com as Secretarias Municipais de Assistência e Desenvolvimento Social, Habitação, Gestão, Ministério Público e Guarda Civil Metropolitana no atendimento a pessoas em situação de rua.

A vereadora Juliana Cardoso (PT), no entanto, se mostrou cética em relação às promessas.

“O secretário fala em moradia, mas o que a gente mais vê é a derrubada de casas. Um exemplo é o São Vito e o Mercúrio [prédios no centro de São Paulo]. O secretário fala de assistência social, mas a secretária de Assistência Social [Alda Marco Antônio] fechou de 600 a mil vagas em albergues no centro”, afirma Juliana, que pediu mais respeito à comunidade.

Para Juliana, o projeto tem de estar de acordo com a lei, de forma a que os direitos das pessoas sejam respeitados. “Aqui está a vida dessas pessoas e elas querem ser respeitadas”, salienta.

A audiência chegou a ser interrompida em função de discussões e trocas de ofensas entre os vereadores e os comerciantes. Exaltados, os vereadores Roberto Tripoli (PV) e Claudio Fonseca (PPS) foram exigir explicações de um manifestante que, durante uma intervenção, chamou os políticos da mesa de “vendidos para o capital”.



>>> link para conhecer o projeto Nova Luz

Brasil integra ranking internacional de exposições e museus mais visitados

fonte: ibran - Instituto Brasileiro de Museus, publicado em 07 de abril de 2011.

A revista britânica The Art Newspaper divulgou nesta terça-feira (5) o resultado de ranking anual elaborado pela publicação sobre os museus e exposições mais visitados do mundo. A lista traz museus e exposições de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília entre aqueles que atraíram maiores públicos em 2010. Esta é a primeira vez que o Brasil participa da pesquisa, que no país foi coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/Ministério da Cultura).

Com um público total de 535 mil visitantes, a 29ª Bienal de São Paulo, realizada entre os dias 19 de setembro e 12 de dezembro, figura no ranking como a 12ª exposição mais visitada em todo o mundo no ano passado.

As exposições Islã (445.598 visitantes), Regina Silveira – Linha de Sombra (477.106) e Rebecca Horn (313.756), todas organizadas pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, vêm logo na sequência. O Mundo Mágico de Escher, do CCBB Brasília, e Expedição Langsdorff, do CCBB São Paulo, também aparecem no ranking entre as 100 mostras com maior público.

O Brasil também é citado como detentor de cinco dos museus de arte mais visitados do mundo: o CCBB do Rio de Janeiro figura em 14º lugar na lista, que inclui ainda as unidades de Brasília e São Paulo, além do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Há ainda menções a mostras brasileiras nos rankings temáticos divulgados pela revista, que citam exposições organizadas pelo Museu Imperial e Museu Histórico Nacional (do RJ, ambos integrantes do Ibram), Museu de Arte Moderna (SP), Museu de Artes e Ofícios (MG) e Instituto Itaú Cultural (SP).
A publicação, considerada uma das principais fontes internacionais de informação sobre arte, destaca que esta é a primeira vez que mostras brasileiras integram o ranking. O levantamento completo pode ser acessado no site da revista.

O Ibram prepara para os próximos 45 dias o lançamento de um sistema de informação com os mesmos critérios adotados pela revista The Art Newspaper, que vai permitir o acompanhamento permanente de dados relativos à visitação dos principais museus e centros culturais brasileiros.

Oca, metrô e ruas vão receber Bienal de Arquitetura

Fundação Bienal, que abrigava a mostra desde a primeira edição, em 1973, vetou evento deste ano no pavilhão do Ibirapuera

fonte: O Estado de S.Paulo, por Paulo Saldaña, 16 de março de 2011.

A Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) vai experimentar neste ano novos endereços em São Paulo. Após mais de seis meses de indefinição e com risco de ser adiada, a 9.ª edição da exposição vai ocupar pela primeira vez o prédio da Oca, no Parque do Ibirapuera. Outra novidade é que a mostra vai se estender por estações de metrô, ruas da capital e pelo interior. Desde 1973, todas as edições ocorreram no prédio da Bienal.

Marcada para novembro, essa será a primeira vez que a exposição ganha a rua. Segundo seus organizadores, a proposta vai de encontro com o tema deste ano: Arquitetura Para Todos - Construindo Cidadania. "Agora qualquer pessoa vai poder ver. Além do tema, queremos democratizar o público e não fazer um evento apenas para arquitetos", diz a presidente do departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP), Rosana Ferrari.

As mudanças dessa edição da BIA começaram com o turbulento veto dos conselheiros da Fundação Bienal para que o instituto usasse seu pavilhão, também localizado no parque. A alegação era de que haveria uma exposição no mesmo período. A decisão da fundação - adiantada pelo Estado em setembro - provocou temores no mundo dos arquitetos. Além da dúvida da garantia da realização do evento, também estava em jogo uma questão de tradição.

A procura por um espaço terminou somente no começo deste mês. Depois de uma longa negociação, a Prefeitura de São Paulo cedeu ao IAB o prédio da Oca. Para o curador da BIA, o arquiteto Valter Caldana, a reviravolta teve também seu lado positivo. "A não realização no prédio da Bienal sacramentou o próprio caminho da exposição, marca uma nova fase", diz ele, que é diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie.

Tema. Caldana afirma que essa será a Bienal com maior rigor temático. Todo o material em exposição vai dialogar obrigatoriamente com o tema. "É extremamente abrangente. Queremos mostrar que habitação de interesse social também é arquitetura." Ele ressalta, entretanto, que moradia popular não será o único foco. "Arquitetura e urbanismo são parceiros da sociedade, colaboram com a construção de cidadania. Seja em um empreendimento imobiliário que tenha preocupação com a cidade ou projetos de mobilidade urbana."

Alguns eventos ao longo do ano já vão levar o selo da 9.ª BIA, como debates promovidos pela Prefeitura sobre a Concessão Urbanística Nova Luz, no centro. Mas a concentração de eventos fica para novembro.

Dentro de uma das propostas da exposição, a "arquitetura nela mesma", quem anda pelas estações de metrô poderá entender o projeto daquela construção, por meio de maquetes e ferramentas interativas. A BIA também envolverá feiras de arquitetura nas ruas - com apresentação de projetos e maquetes. No interior, a Bienal estará presente nas unidades do Sesc.

Avanços. Na Oca, já está certo de que a BIA vai receber trabalhos de 22 países de todos os continentes. A escolha dos projetos tem sido feita por correspondentes fixos em cada país, mais uma novidade desta edição. Além disso, 12 países já confirmaram representações oficiais.

Depois de garantir a sede da Bienal, já considerada "uma vitória" para a direção do IAB, o instituto procura financiamento. A última Bienal, em outubro de 2009, enfrentou problemas como saída de patrocínio às vésperas do evento, grandes espaços vazios e convidados de renome abaixo do volume esperado. Segundo Rosana Ferrari, o custo da exposição fica entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. "Temos já alguns apoiadores em contato e a Prefeitura, além de ceder a Oca, já se comprometeu em participar", disse Rosana.

PARA LEMBRAR
Dívida motivou veto a mostra


A gota d'água para que a Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) saísse do prédio da Fundação Bienal foi a cobrança de uma dívida de R$ 164 mil - referente à edição de 2009 -, que conselheiros da fundação exigiram do instituto.

A direção do IAB, por sua vez, questionou a cobrança, argumentando que a Fundação já havia ficado com parte de um valor pago por uma empresa que locou o espaço na ocasião. Apesar do descontentamento, o IAB-SP ainda tentou reverter a situação, até mesmo com empenho da Direção Nacional da entidade - que pela primeira vez se envolveu na BIA.

Desde 1993, o departamento paulista é responsável pela organização da mostra.

4º Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo - no Memorial Da América Latina

De 14 a 20/03 – o Memorial da América Latina apresenta o 4º Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo, com entrada franca

fonte: site culturando, por editor, em 14 demarço, 2011

A Fundação Memorial da América Latina apresenta a 4ª edição do Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo, a partir de 14 de março. Mais uma vez, o Memorial recebe grupos teatrais que se destacaram recentemente em seus países. É oportunidade rara para o público paulistano conhecer o que se está fazendo de bom nas artes cênicas da Península Ibérica e da América Latina. Até 20 de março, serão apresentadas 17 montagens teatrais provenientes de dez países, incluindo o Brasil, que encenam autores clássicos ou contemporâneos e se utilizam de linguagens que vão do tradicional à vanguarda. Detalhe importante: todas as atividades têm entrada franca.

O 4º Festibero será aberto pela montagem de “Lamartine Babo”, de Antunes Filho. O Brasil comparece com 8 peças, entre elas, “As Folhas do Cedro” (foto ao lado), de Samir Yazbek, “Noel Rosa – O Poeta da Vila e seus Amores”, de Plínio Marcos, e “Boca de Ouro”, de Nélson Rodrigues (confira todas as sinopses).

Segundo o idealizador do Festival e coordenador da comissão de curadoria, Fernando Calvozo, “o intuito é mostrar a diversidade cultural e mapear a produção contemporânea das artes cênicas, além de traçar um paralelo entre a produção dos países da América Latina, Portugal e Espanha”. Integram ainda a comissão de curadoria a atriz e diretora teatral Elvira Gentil, a crítica e membro da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) Maria Lúcia Candeias, e o ator, diretor e produtor teatral Umberto Magnani.

Calvozo explica que “a ideia é fazer uma ponte que possibilite a troca de experiências entre artistas e companhias para discutir a evolução do fazer teatral dentro da realidade cultural desses países, não esquecendo suas origens e a ligação do teatro com suas comunidades, descobrindo semelhanças e problemas comuns ou específicos de cada grupo”.

O Festival Ibero-Americano foi concebido para pensar o papel do teatro na sociedade atual, evidenciando as tendências de cada região e como assimilam e respondem às questões contemporâneas. Por uma semana, atores, diretores, produtores, dramaturgos, críticos e jornalistas provenientes de diversos países discutem, formalmente ou informalmente, problemas e dificuldades e as soluções encontradas para seguir fazendo teatro. Desta maneira circula o conhecimento e a experiência de diferentes maneiras de manter viva a arte teatral.


Onde: Memorial da América Latina Palco externo, montado atrás do Auditório Simón Bolívar
Endereço: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, entrada pelo portão 16 – Barra Funda – São Paulo/SP [Metrô Palmeiras-Barra Funda]
Acessibilidade: Acesso Universal
Quanto: GRÁTIS
Dia: Segunda a e Domingo
Horário: Ver programação
Temporada: de 14 a 20 de março de 2011
Mais informações: Tel.: (11) 3823-4600/3823-4608

Nova Equipe - Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, anuncia secretários e presidentes de vinculadas

fonte: site do Minc, 21 de janeiro, 2011

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, define a equipe com que vai implementar as políticas culturais do governo da presidenta Dilma Rousseff. São duas as mudanças estruturais. Uma é a criação de uma Secretaria da Economia Criativa. “Não é possível ignorar, neste início do século XXI, a importância da economia da cultura para a construção de uma nação desenvolvida. Por isso, decidimos criar uma estrutura que possa pensar todas as potencialidades desta área no Brasil”, afirma a ministra.

A segunda alteração é a unificação das atuais Secretaria de Cidadania Cultural e Secretaria da Identidade e Diversidade na nova Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural. “A nova secretaria terá áreas específicas para cuidar de cada tema, mas ganhará em eficiência por meio da integração das políticas voltadas ao cidadão, que antes eram executadas em secretarias diferentes”, explica a ministra.

A seguir, os nomes escolhidos pela ministra:

Secretário Executivo: Vitor Ortiz, secretário da Cultura das cidades gaúchas de Viamão (1997/2000), Porto Alegre (2002/2004) e São Leopoldo (2009/2010). Foi diretor da Funarte e diretor de relações institucionais da Bienal de Artes Visuais do MERCOSUL e gerente da Gerência Regional da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) no Rio de Janeiro.

Secretário de Articulação Institucional: Roberto Peixe, designer, arquiteto e gestor cultural, foi secretário de Cultura de Recife de 2001 a 2008. Antes, havia sido Secretário do Patrimônio Cultural e Turismo da cidade de Olinda, em 1995. A partir de 2009, assumiu o cargo de Coordenador Geral de Relações Federativas e Sociedade da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, e passou a coordenar a elaboração e implantação do Sistema Nacional de Cultura (SNC).

Secretária do Audiovisual: Ana Paula Santana, advogada, especialista em relações internacionais e gestão do entretenimento. Entrou na SAV em 2002 como estagiária. Depois, foi para a coordenação internacional da SAV e para a área de fomento a programas e projetos audiovisuais. Foi chefe de gabinete e, depois, Diretora de Programas e Projetos Audiovisuais, cargo que ocupava até agora.

Secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural: Marta Porto, mestre em Ciências da Informação pela UFMG, especialista em políticas de comunicação, cultura e investimento social privado. Consultora de entidades e organizações multilaterais como a UNICEF. Foi Diretora de Planejamento e Coordenação Cultural da Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte (1994/96) e Coordenadora Regional do Escritório da UNESCO do Rio de Janeiro (1999/ 2003).

Secretária da Economia Criativa: Cláudia Leitão, doutora em Sociologia pela Université de Paris V, é professora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Sociedade da Universidade Estadual do Ceará (UECE), onde lidera o Grupo de Pesquisa sobre Políticas Públicas e Indústrias Criativas. Foi Secretária da Cultura do Estado do Ceará no período de 2003 a 2006.

Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura: Henilton Menezes, produtor cultural e consultor para elaboração de projetos. Foi gerente da área de cultura do Banco do Nordeste, sendo responsável pela criação e desenvolvimento do Programa BNB de Cultura, edital de patrocínios culturais e pela instalação da rede de centros culturais da estatal. É secretário de Fomento e Incentivo à Cultura desde o início de 2010.

Secretário de Políticas Culturais: Sérgio Mamberti, ator e dramaturgo, foi secretário de Artes Cênicas; de Música; e de Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura. Em 2008, assumiu a presidência da Fundação Nacional das Artes (Funarte).

Presidente da Fundação Biblioteca Nacional: Galeno Amorim, jornalista e escritor, foi secretário de Cultura de Ribeirão Preto na gestão do então prefeito Antonio Pallocci. Presidiu o Comitê Executivo do Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e no Caribe e participou da criação do Plano Nacional do Livro e Leitura. É diretor do Observatório do Livro e da Leitura e consultor internacional de políticas na área.

Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa: Emir Sader, formado em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Aposentou-se como professor de sociologia. Passou a ser professor da UERJ, onde trabalha, nos cursos de Políticas Públicas e História. Autor, entre outros, de “A nova toupeira”, e organizador de “Latinoamericana – Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe”, ganhador do Prêmio Jabuti como o melhor de não-ficção do ano.

Presidente da Fundação Cultural Palmares: Eloi Ferreira, ex-ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) em 2010. Antes, havia ocupado a secretaria-adjunta da Seppir e coordenado a equipe organizadora da 2ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial.

Presidente da Fundação Nacional de Artes: Antonio Grassi, ator, diretor e produtor, cursou Ciências Sociais na UFMG. Foi secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, além de presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro e presidente da Funarte. Atuou como assessor especial do Governo do Estado de Minas Gerais. Ocupava, até agora, o cargo de gerente executivo regional da TV Brasil no Rio de Janeiro.

Presidente do Instituto Brasileiro de Museus: José do Nascimento Jr, formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DEMU/Iphan). Preside o Ibram desde a criação da autarquia, em janeiro de 2009.

Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional: Luiz Fernando de Almeida, arquiteto. Lecionou na área durante 16 anos. Atuou em projetos de Desenvolvimento Urbano e de Habitação na Companhia Metropolitana de Habitação, na Empresa Municipal de Urbanização e na Câmara Municipal de São Paulo. É presidente do Iphan desde 2006.

Diretor-Presidente da Agência Nacional do Cinema: Manoel Rangel. A Ancine é dirigida em regime de colegiado por uma diretoria composta de um Diretor-Presidente, escolhido pelo Presidente da República, e três Diretores. Rangel dirige a autarquia neste mesmo cargo desde dezembro de 2006, é cineasta, formado pela Universidade de São Paulo (1999). Foi presidente da Comissão Estadual de Cinema da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo (2001/2002) e assessor especial do ministro Gilberto Gil (2004/2005), quando coordenou o grupo de trabalho sobre regulação e reorganização institucional da atividade cinematográfica e audiovisual no Brasil.

Antonio Grassi, o homem forte por trás de Ana de Hollanda, volta à Funarte

fonte: folha.com, por ANA PAULA SOUSA, 12/01/2011

Antonio Grassi ainda não foi empossado presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte). Mas anda pelo Palácio Capanema, no Rio, à vontade, como quem conhece cada canto do prédio traçado por Le Corbusier. 

O edifício que Gustavo Capanema, o ministro da Educação de Getúlio Vargas, idealizou para abrigar "o ministério destinado a preparar, compor e afeiçoar o homem do Brasil", será, pela segunda vez, o local de trabalho do mineiro que virou ator porque queria fazer política. 

"Você já viu esse jardim?", pergunta, feito cicerone. Grassi sabe até o nome das espécies das árvores escolhidas por Burle Marx. E sabe também que o sonho de Capanema há muito se perdeu. 

"A cultura precisa, de uma vez por todas, fortalecer o trabalho com a educação", diz. A depender de Grassi, a nova gestão do Ministério da Cultura (MinC) carregará essa bandeira. "E não podemos pensar só nos alunos. Temos que pensar também nos professores, que pouco leem, que não vão ao teatro", diz. 

"O desmembramento dos dois ministérios [da Cultura e da Educação, em 1985] não levou em conta que o divórcio pudesse ser tão litigioso." 

VOZ FORTE
 
Grassi recebeu a Folha, anteontem, depois de ter acompanhado a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, em seu primeiro compromisso público: um visita ao Complexo do Alemão. Hollanda, nestes primeiros dias no cargo, tem preferido o silêncio. Seus assessores dizem que ela ainda precisa tomar pé da situação. 

Prosador seguro, o novo presidente da Funarte, instituição que administra um orçamento de R$ 140 milhões, parece, por sua vez, saber muito bem o que encontrará pela frente e o que pretende fazer --não só na Funarte. 

"A Funarte não pode ser separada do Ministério", afirma. A Funarte é o braço do MinC destinado a cuidar "das artes". Tão vaga quanto a definição parecem ter se tornado suas atribuições. 

"Você não entende por que tem um edital de teatro na Funarte e outro no MinC? Pois é, eu também não", diz. 

As atribuições ficaram ainda mais embaralhadas quando, em 2010, o MinC anunciou prêmios para artistas no valor de R$ 350 milhões. Agora, circula a informação de que esse dinheiro não está disponível. "Estamos verificando. Mas os editais serão pagos", diz, com a habilidade para convencer o interlocutor de que a política lapida. 

TEATRO E POLÍTICA
 
O flerte de Grassi com a política remonta aos anos de 1970, quando entrou no Colégio Estadual Central de Belo Horizonte, por onde passou também Dilma Rousseff. 

Não demorou para que o então secundarista aderisse ao grêmio estudantil e ao grupo de teatro. "A gente tinha aquela ideia do teatro como uma tribuna livre", conta. "Fui fazer teatro porque adorava política e porque achava que, assim, poderia viajar muito." 

Grassi continuou com um pé em cada canoa ao entrar na Faculdade de Ciências Sociais na Federal de Minas Gerais. Mas o teatro acabou por sequestrá-lo. 

No auge do teatro de grupo, Buza Ferraz convidou-o para integrar o grupo Pessoal do Cabaré, no Rio. "Eu era ator, mas, como todo mundo, cuidava de tudo: figurino, bilheteria, borderô. Não havia nada da economia da peça que nos escapasse. E as discussões terminavam sempre em política cultural." 

Foi assim que se deu a aproximação com o PT. "Era o partido mais aberto para essas discussões", diz. 

De tanto discutir políticas públicas para a cultura foi convidado, em 1989, para elaborar, ao lado de gente como Lucélia Santos, Paulo Betti, Wagner Tiso, Sergio Mamberti e Marilena Chauí, o programa de Lula. 

Coordenou também o programa da primeira eleição vitoriosa, em 2002. 

Foi, portanto, com um travo de decepção que Grassi e seus companheiros da cultura receberam a indicação de Gilberto Gil, do PV, para a pasta. "A primeira reação foi de surpresa, mas logo em seguida tivemos uma atitude de respeito. O desenlace é que foi complicado", diz, referindo-se a sua demissão da Funarte, por Gil. 

Três anos depois, Grassi ouve a inevitável pergunta sobre o conflito, mas não se desnorteia. "Prefiro citar Shakespeare: 'Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra'. Aceitei o convite para a Funarte porque acho que o apoio aos artistas tem que ser encarado de maneira mais séria."