Oca, metrô e ruas vão receber Bienal de Arquitetura

Fundação Bienal, que abrigava a mostra desde a primeira edição, em 1973, vetou evento deste ano no pavilhão do Ibirapuera

fonte: O Estado de S.Paulo, por Paulo Saldaña, 16 de março de 2011.

A Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) vai experimentar neste ano novos endereços em São Paulo. Após mais de seis meses de indefinição e com risco de ser adiada, a 9.ª edição da exposição vai ocupar pela primeira vez o prédio da Oca, no Parque do Ibirapuera. Outra novidade é que a mostra vai se estender por estações de metrô, ruas da capital e pelo interior. Desde 1973, todas as edições ocorreram no prédio da Bienal.

Marcada para novembro, essa será a primeira vez que a exposição ganha a rua. Segundo seus organizadores, a proposta vai de encontro com o tema deste ano: Arquitetura Para Todos - Construindo Cidadania. "Agora qualquer pessoa vai poder ver. Além do tema, queremos democratizar o público e não fazer um evento apenas para arquitetos", diz a presidente do departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP), Rosana Ferrari.

As mudanças dessa edição da BIA começaram com o turbulento veto dos conselheiros da Fundação Bienal para que o instituto usasse seu pavilhão, também localizado no parque. A alegação era de que haveria uma exposição no mesmo período. A decisão da fundação - adiantada pelo Estado em setembro - provocou temores no mundo dos arquitetos. Além da dúvida da garantia da realização do evento, também estava em jogo uma questão de tradição.

A procura por um espaço terminou somente no começo deste mês. Depois de uma longa negociação, a Prefeitura de São Paulo cedeu ao IAB o prédio da Oca. Para o curador da BIA, o arquiteto Valter Caldana, a reviravolta teve também seu lado positivo. "A não realização no prédio da Bienal sacramentou o próprio caminho da exposição, marca uma nova fase", diz ele, que é diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie.

Tema. Caldana afirma que essa será a Bienal com maior rigor temático. Todo o material em exposição vai dialogar obrigatoriamente com o tema. "É extremamente abrangente. Queremos mostrar que habitação de interesse social também é arquitetura." Ele ressalta, entretanto, que moradia popular não será o único foco. "Arquitetura e urbanismo são parceiros da sociedade, colaboram com a construção de cidadania. Seja em um empreendimento imobiliário que tenha preocupação com a cidade ou projetos de mobilidade urbana."

Alguns eventos ao longo do ano já vão levar o selo da 9.ª BIA, como debates promovidos pela Prefeitura sobre a Concessão Urbanística Nova Luz, no centro. Mas a concentração de eventos fica para novembro.

Dentro de uma das propostas da exposição, a "arquitetura nela mesma", quem anda pelas estações de metrô poderá entender o projeto daquela construção, por meio de maquetes e ferramentas interativas. A BIA também envolverá feiras de arquitetura nas ruas - com apresentação de projetos e maquetes. No interior, a Bienal estará presente nas unidades do Sesc.

Avanços. Na Oca, já está certo de que a BIA vai receber trabalhos de 22 países de todos os continentes. A escolha dos projetos tem sido feita por correspondentes fixos em cada país, mais uma novidade desta edição. Além disso, 12 países já confirmaram representações oficiais.

Depois de garantir a sede da Bienal, já considerada "uma vitória" para a direção do IAB, o instituto procura financiamento. A última Bienal, em outubro de 2009, enfrentou problemas como saída de patrocínio às vésperas do evento, grandes espaços vazios e convidados de renome abaixo do volume esperado. Segundo Rosana Ferrari, o custo da exposição fica entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. "Temos já alguns apoiadores em contato e a Prefeitura, além de ceder a Oca, já se comprometeu em participar", disse Rosana.

PARA LEMBRAR
Dívida motivou veto a mostra


A gota d'água para que a Bienal Internacional de Arquitetura (BIA) saísse do prédio da Fundação Bienal foi a cobrança de uma dívida de R$ 164 mil - referente à edição de 2009 -, que conselheiros da fundação exigiram do instituto.

A direção do IAB, por sua vez, questionou a cobrança, argumentando que a Fundação já havia ficado com parte de um valor pago por uma empresa que locou o espaço na ocasião. Apesar do descontentamento, o IAB-SP ainda tentou reverter a situação, até mesmo com empenho da Direção Nacional da entidade - que pela primeira vez se envolveu na BIA.

Desde 1993, o departamento paulista é responsável pela organização da mostra.

4º Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo - no Memorial Da América Latina

De 14 a 20/03 – o Memorial da América Latina apresenta o 4º Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo, com entrada franca

fonte: site culturando, por editor, em 14 demarço, 2011

A Fundação Memorial da América Latina apresenta a 4ª edição do Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo, a partir de 14 de março. Mais uma vez, o Memorial recebe grupos teatrais que se destacaram recentemente em seus países. É oportunidade rara para o público paulistano conhecer o que se está fazendo de bom nas artes cênicas da Península Ibérica e da América Latina. Até 20 de março, serão apresentadas 17 montagens teatrais provenientes de dez países, incluindo o Brasil, que encenam autores clássicos ou contemporâneos e se utilizam de linguagens que vão do tradicional à vanguarda. Detalhe importante: todas as atividades têm entrada franca.

O 4º Festibero será aberto pela montagem de “Lamartine Babo”, de Antunes Filho. O Brasil comparece com 8 peças, entre elas, “As Folhas do Cedro” (foto ao lado), de Samir Yazbek, “Noel Rosa – O Poeta da Vila e seus Amores”, de Plínio Marcos, e “Boca de Ouro”, de Nélson Rodrigues (confira todas as sinopses).

Segundo o idealizador do Festival e coordenador da comissão de curadoria, Fernando Calvozo, “o intuito é mostrar a diversidade cultural e mapear a produção contemporânea das artes cênicas, além de traçar um paralelo entre a produção dos países da América Latina, Portugal e Espanha”. Integram ainda a comissão de curadoria a atriz e diretora teatral Elvira Gentil, a crítica e membro da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) Maria Lúcia Candeias, e o ator, diretor e produtor teatral Umberto Magnani.

Calvozo explica que “a ideia é fazer uma ponte que possibilite a troca de experiências entre artistas e companhias para discutir a evolução do fazer teatral dentro da realidade cultural desses países, não esquecendo suas origens e a ligação do teatro com suas comunidades, descobrindo semelhanças e problemas comuns ou específicos de cada grupo”.

O Festival Ibero-Americano foi concebido para pensar o papel do teatro na sociedade atual, evidenciando as tendências de cada região e como assimilam e respondem às questões contemporâneas. Por uma semana, atores, diretores, produtores, dramaturgos, críticos e jornalistas provenientes de diversos países discutem, formalmente ou informalmente, problemas e dificuldades e as soluções encontradas para seguir fazendo teatro. Desta maneira circula o conhecimento e a experiência de diferentes maneiras de manter viva a arte teatral.


Onde: Memorial da América Latina Palco externo, montado atrás do Auditório Simón Bolívar
Endereço: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, entrada pelo portão 16 – Barra Funda – São Paulo/SP [Metrô Palmeiras-Barra Funda]
Acessibilidade: Acesso Universal
Quanto: GRÁTIS
Dia: Segunda a e Domingo
Horário: Ver programação
Temporada: de 14 a 20 de março de 2011
Mais informações: Tel.: (11) 3823-4600/3823-4608