projeto 'NovaLuz' aberto para Consulta Pública

fonte: site novaluzsp

O Projeto  _  Apresentação


O polígono formado pelas avenidas Ipiranga, São João, Duque de Caxias, rua Mauá e avenida Cásper Líbero é parte de um projeto inovador de requalificação urbana que a Prefeitura de São Paulo vai entregar à Cidade em abril de 2011.


Já em desenvolvimento, a iniciativa prevê, entre outras ações, a valorização dos prédios históricos, reforma das áreas livres públicas, criação de espaços verdes e de lazer e a melhoria do ambiente urbano da região.


A proposta da Prefeitura de São Paulo é construir um projeto que respeite os valores e a cultura local, com a colaboração e envolvimento de todos.


Na manhã de quarta-feira, 17 de novembro, a primeira fase da abertura do processo de consulta pública do projeto preliminar de reurbanização da Nova Luz foi apresentada em evento realizado no Teatro Franco Zampari, no Bom Retiro, na Capital. O prefeito Gilberto Kassab e o Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, anunciaram a visão e as diretrizes básicas do plano, que é realizado em parceria com o consórcio formado pelas empresas Concremat Engenharia, Cia City, AECOM e Fundação Getúlio Vargas (FGV).


Clique aqui faça o download do material.


Em 17 de dezembro, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU), anunciou a segunda fase da Consulta Pública do plano urbanístico preliminar da Nova Luz. O prefeito Gilberto Kassab e o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, apresentaram uma síntese das análises realizadas para a requalificação das 45 quadras que compõem a região.

A íntegra do que foi apresentado no evento pode ser conferida através do link abaixo.


Clique aqui faça o download do material e envie ao consórcio suas sugestões através da seção Fale Conosco.

Ana de Hollanda será a nova Ministra da Cultura do Brasil

fonte: Cultura e Mercado, por Leonardo Brant, em 20 de dezembro, 2010

Artista, ativista, gestora pública de cultura com longa carreira, compromisso e realizações consolidadas na área, Ana de Hollanda assumirá um Ministério da Cultura maior e mais reconhecido pela sociedade (Gilberto Gil), porém muito mais problemático, pautado por disputas, entraves, inseguranças jurídicas, ideologismos, perseguições e disputas de poder (Juca Ferreira). Alguém que sabe onde dói o calo dos artistas, produtores e gestores culturais. E deverá reencaminhar a discussão de temas polêmicos como direito autoral e financiamento à cultura.

Filha de Maria Amélia e Sérgio Buarque de Hollanda, irmã de Chico, Miucha e Cristina, está intimamente ligada às “Raízes do Brasil”. Nasceu em São Paulo em 12 de agosto de 1948. É cantora, compositora e gestora cultural reconhecida no país por sua atuação em diversos órgãos públicos, entre estes a Funarte e o MIS (Museu da Imagem e do Som) do Rio de Janeiro.

Como gestora na área pública, esteve a frente do Setor de Música e de vários projetos nacionais e internacionais no Centro Cultural São Paulo, da Secretaria de Cultura da capital paulista, nos anos 80.

Foi secretária de cultura de Osasco/SP entre 1986 e 1988. Em âmbito nacional, foi diretora da Funarte entre 2003 e 2007, tendo sido responsável pelas políticas e atividades da área no Ministério da Cultura. Foi nesta função que reativou o consagrado Projeto Pixinguinha, levando-o a todos os estados e regiões do país. Também conduziu o Projeto Orquestras, o Projeto de Circulação de Música de Concerto, o projeto Concertos Didáticos, o Programa Nacional de Bandas, o projeto Painéis de Bandas de Música, o Pauta Funarte de Música Brasileira e a XV e XVI Bienais de Música Brasileira Contemporânea, no Rio.

Também na Funarte coordenou o processo de criação da Câmara Setorial de Música e apoiou diversos festivais, feiras, encontros e mostras de música em todas as regiões brasileiras e organizou a caravana do Projeto Pixinguinha para o Ano do Brasil na França, em 2006.

Desde 2007, é vice-Presidente do Museu da Imagem e do Som, da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.

Carreira artística

Ana de Hollanda também seguiu a carreira artística, que corre nas veias da família. Como cantora e compositora profissional, ela tem quatro discos e interpretações em diversas obras coletivas, além de várias obras suas gravadas por outras cantoras.

Já se apresentou em todos os estados brasileiros e em diversos países (França, Cuba, Uruguai e Angola). Como atriz, atuou em vários espetáculos no Brasil e em Cuba.

Entre 2001 e 2003, a partir de sua ideia original, trabalhou na produção executiva e na pesquisa do documentário “RAÍZES DO BRASIL – Uma Cinebiografia de Sérgio Buarque de Hollanda”.

Seja bem-vinda Ministra Ana de Hollanda. O Brasil precisa de você!

Heitor Martins é reeleito presidente da Bienal de SP

fonte: estadao.com, em 16 de dezembro de 2010

Candidato único, o empresário Heitor Martins foi reeleito presidente da diretoria executiva da Fundação Bienal de São Paulo para gestão de mais dois anos. Os conselheiros da instituição se reuniram anteontem no prédio da Bienal, no Ibirapuera, para efetivar a decisão. Martins, assim, será o responsável pela próxima 30.ª Bienal de São Paulo, a ser inaugurada em 2012.

Como ele afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo, as conversações para a definição do curador da futura edição da mostra estão "bastante adiantadas". "Falta amadurecer o projeto, os cronogramas", disse Martins, sem querer adiantar ou confirmar qualquer nome dos que estão sendo especulados no circuito artístico. O curador do evento, afirmou, será anunciado no início do ano, já com pré-projeto e equipe estipulados.

A reeleição de Heitor Martins ocorre poucos dias depois do término da 29.ª Bienal de São Paulo. Encerrada no domingo, a mostra recebeu, entre setembro e o último dia 12, público de cerca de 530 mil visitantes. O empresário manteve quase que a totalidade da composição da diretoria executiva de sua primeira gestão, eleita em maio de 2009 e que promoveu a reestruturação interna e financeira da instituição. Formam ainda sua equipe, agora, Eduardo Vassimon (1.º vice-presidente); Justo Werlang ( 2.º vice-presidente); e Jorge Fergie, Luis Terepins, Miguel Chaia e Salo Kibrit. A novidade será o anúncio de um diretor superintendente, já aprovado pelo conselho da Fundação Bienal de São Paulo.
 
Para 2011, estão acertados dois eventos da instituição. Como parte ainda do programa da 29.ª Bienal, se inicia, em janeiro, a itinerância de núcleos da exposição por cidades brasileiras. A primeira mostra vai ser aberta em 18 de janeiro, no Palácio das Artes de Belo Horizonte. A segunda itinerância vai ser inaugurada em 28 de fevereiro no Museu de Arte Moderna do Rio - o calendário continua com exposições em Salvador, Porto Alegre, no Recife e cidades do interior do Estado de São Paulo.

O próximo evento ocorrerá entre setembro e dezembro de 2011 no Pavilhão da Bienal, uma mostra com 250 obras da coleção do museu Astrup Fearnley de Oslo. "Faz parte do nosso projeto promover a arte contemporânea", diz Martins, se referindo à exposição, que vai se centrar na produção artística realizada dos anos 1980 para hoje (com conjuntos de obras de estrelas como Damien Hirst e Jeff Koons, além de brasileiros). A mostra, com entrada gratuita, faz parte das comemorações dos 60 anos da Bienal de São Paulo. Outro desafio de Martins será dar continuidade à reforma do prédio da instituição que tem como ponto principal a climatização de todo o edifício. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Virada Sustentável é novidade em 2011

de Catraca Livre, em 07/12/10

Em junho de 2011, São Paulo vai receber a Virada Sustentável com atrações localizadas em diversos parques e espaços culturais da cidade.

O evento será marcado por atividades curiosas como bananeiras no Minhocão, piscinas com água limpa no leito do rio Pinheiros (água tratada do próprio rio) e homens vestidos com capas plásticas cheias de resíduos gerados no dia-a-dia.

Além de peças de teatro, mostras de cinema, instalações temáticas, intervenções urbanas, shows e apresentações de dança, orquestras de projetos sociais, exposições de fotos, entre outras atividades. Todas com conteúdo diretamente ligado aos diversos temas da sustentabilidade: meio ambiente, biodiversidade, diversidade, direitos humanos, mudanças climáticas, mobilidade urbana etc.

A proposta da Virada Sustentável é difundir informação sobre sustentabilidade utilizando a arte e as atividades lúdicas como principais ferramentas de comunicação e educação para um mundo mais consciente.


Cinema

Mostra de Filmes: Com curadoria de Sérgio Rizzo, uma mostra de filmes do circuito comercial que tratam dos temas da sustentabilidade de maneira sutil e educativa. Inclui cartilha de orientação para professores de escolas que queiram trabalhar os temas.

Atividade

Desfile de Moda Inclusiva: Na passarela, modelos com deficiência desfilam roupas que unem estilo, praticidade e conforto. E chamam a atenção para os desafios da diversidade. Criado a partir do Concurso de Moda Inclusiva da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo.

Homem Refluxo: Cinco personagens armazenam seus resíduos gerados no dia-a-dia em uma capa de plástico transparente. Eles começam a maratona desde uma semana antes da VS circulando pelos locais das atividades instigando e divulgando o evento.

Exposição e Instalação


Guto Lacaz: O renomado artista plástico coloca em prática mais uma de suas idéias “piradas” para promover reflexão sobre a sustentabilidade, instalando piscinas de água limpa no leito do Rio Pinheiros. Detalhe: com água tratada do próprio rio.

Labirinto de Lixo – Eduardo Sru: Intervenção urbana composta por 200 fardos de diversos materiais recicláveis captados em cooperativas do município. A obra convida o público a explorar os corredores em busca da saída, despertando os sentidos e a percepção de quem caminha no seu interior geométrico. Espelhos plásticos ampliam o espaço lúdico do labirinto e desorientam o participante que terá uma experiência única entre as paredes de resíduos.

Sustentabilidade – O Olhar do Grafite: Com curadoria de Binho Ribeiro, uma exposição com grandes nomes do grafite revela uma visão livre de 10 artistas sobre o tema da sustentabilidade

Design Sustentável : Com curadoria do designer Nido Campolongo, uma exposição de peças e objetos que unem conforto, beleza estética e preocupação socioambiental de diferentes vertentes artísticas.

Refugiados Climáticos: Fruto de cinco anos de trabalho do coletivo francês Argos, a exposição de fotos e textos inédita no Brasil retrata o cotidiano dos refugiados do clima em diversas partes do mundo, mulheres e homens forçados ao exílio por causa do aquecimento global.

Árvores Vivas – Jaime Prades: Utilizando madeiras de demolição para a construção de árvores de madeira de até seis metros de altura, que ficam como presente para os parques, Jaime Prades recria um novo ciclo para a madeira, numa tentativa impossível de voltarem ao seu estado original imaculado: ser árvore.

As Bananeiras do Minhocão – Irmãos Green: Imagine acordar, caminhar e, ao chegar ao Minhocão, deparar-se com várias bananeiras reais ornando os 70 postes fixados ao longo da via, com pencas e cachos de banana esperando para serem devorados. Os Irmãos Green propõem esta intervenção de grande impacto para provocar todas as pessoas que passam diariamente pelo local.

Dança


Balé e Artes para Cegos Fernanda Bianchini: Apresentações de balé realizadas por um corpo de 40 bailarinas deficientes visuais, mostrando que a superação individual do ser humano não conhece limites. Um espetáculo emocionante, que desperta a atenção para a causa da diversidade.

Música

Salve São Francisco – Geraldo Azevedo: Em show acústico exclusivo para a Virada Sustentável, o cantor e compositor Geraldo Azevedo canta músicas de seu novo disco, Salve São Francisco, cujo tema é a conscientização ecológica e a importância da água potável do planeta. Inclui também músicas de sua autoria relacionadas ao tema socioambiental.

Falamansa: Cantar para melhorar o mundo, com letras de conscientização social e preservação da natureza. Essa é a nova proposta do trabalho de comemoração de 10 anos do Falamansa, um dos grupos musicais mais populares do Brasil.

Notícias do CENSO 2010 - população do Brasil é de 190.732.694 pessoas

fonte: IBGE - Censo 2010 , 29/11/2010

Após cerca de quatro meses de trabalho de coleta e supervisão, durante os quais trabalharam 230 mil pessoas, sendo 191 mil recenseadores, o resultado do Censo 2010 indica 190.732.694 pessoas para a população brasileira em 1º de agosto, data de referência. Em comparação com o Censo 2000, ocorreu um aumento de 20.933.524 pessoas. Esse número demonstra que o crescimento da população brasileira no período foi de 12,3%, inferior ao observado na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000). O Censo 2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas urbanas, agora são 84%.
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A região Sudeste segue sendo a região mais populosa do Brasil, com 80.353.724 pessoas. Entre 2000 e 2010, perderam participação as regiões Sudeste (de 42,8% para 42,1%), Nordeste (de 28,2% para 27,8%) e Sul (de 14,8% para 14,4%). Por outro lado, aumentaram seus percentuais de população brasileira as regiões Norte (de 7,6% para 8,3%) e Centro-Oeste (de 6,9% para 7,4%).
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Entre as unidades da federação, São Paulo lidera com 41.252.160 pessoas. Por outro lado, Roraima é o estado menos populoso, com 451.227 pessoas. Houve mudanças no ranking dos maiores municípios do país, com Brasília (de 6º para 4º) e Manaus (de 9º para 7º) ganhando posições. Por outro lado, Belo Horizonte (de 4º para 6º), Curitiba (de 7º para 8º) e Recife (8º para 9º) perderam posições.
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Os resultados mostram que existem 95,9 homens para cada 100 mulheres, ou seja existem mais 3,9 milhões de mulheres a mais que homens no Brasil. Em 2000, para cada 100 mulheres, havia 96,9 homens. A população brasileira é composta por 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens.
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Entre os municípios, o que tinha maior percentual de homens era Balbinos (SP). Já o que tinha maior percentual de mulheres era Santos (SP). O Censo 2010 apurou ainda que existiam 23.760 brasileiros com mais de 100 anos. Bahia é a unidade da federação a contar com mais brasileiros centenários (3.525), São Paulo (3.146) e Minas Gerais (2.597)
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O Censo Demográfico compreendeu um levantamento exaustivo de todos os domicílios do país. Foram visitados 67,6 milhões de domicílios e ao menos um morador forneceu informações sobre todos os moradores de cada residência. A partir do dia 4 de novembro, o IBGE realizou um trabalho de supervisão e controle de qualidade de todo material coletado, em conjunto com as Comissões Censitárias Estaduais (CCE) e das Comissões Municipais de Geografia e Estatística (CMGE,) em todas as 27 Unidades da Federação e nos municípios brasileiros. As comissões funcionaram como um canal de comunicação entre o IBGE e a sociedade e participaram de todo o processo de realização do Censo.
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Do total dos 67,6 milhões de domicílios recenseados, os moradores foram entrevistados em 56,5 milhões de domicílios. Foram classificados como fechados 901 mil domicílios, em que não foi possível realizar as entrevistas presenciais, mas havia evidências de que existiam moradores. Nesses casos, o IBGE utilizou uma metodologia para estimar o número de pessoas residentes nesses domicílios fechados. Esta é uma prática já adotada por institutos oficiais de estatísticas internacionais de países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, México e Nova Zelândia, igualmente já utilizada na Contagem de 2007 realizada pelo IBGE. A metodologia consiste em atribuir a cada domicílio fechado o número de moradores de outro domicílio, que havia sido inicialmente considerado fechado e depois foi recenseado. A escolha foi aleatória, levando em conta a unidade da federação, o tamanho da população do município e a situação urbana ou rural.
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O Censo Demográfico encontrou ainda 6,1 milhões domicílios vagos,ou seja, aqueles que não tinham morador na data de referência, mesmo que, posteriormente, durante o período da coleta, tivessem sido ocupados. Casas colocadas à venda (ou de aluguel) e abandonadas são exemplos de domicílios vagos. Os domicílios de uso ocasional, que somaram 3,9 milhões, são aqueles que servem ocasionalmente de moradia, usados para descanso de fins de semana, férias ou outro fim. Já o número de domicílios coletivos (hotéis, pensões, presídios, quartéis, postos militares, asilos, orfanatos, conventos, alojamento de trabalhadores, etc) foi de 110mil. Em 2000, do total de 54,2 milhões de domicílios, 45 milhões eram ocupados, 528 mil fechados, 6 milhões vagos e 2,7 milhões de uso ocasional.

Iniciado em 1º de agosto de 2010, os 191 mil recenseadores percorreram os 5.565 municípios brasileiros e as entrevistas implicaram no recenseamento da população por meio de três métodos: entrevista presencial, questionário pela Internet e, por fim, a estimação do número de moradores em domicílios fechados.
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Em suma, o Censo Demográfico 2010 consiste na visita exaustiva de todos os domicílios e entrevistas. O IBGE agradece aos participantes das Comissões Censitárias Estaduais (CCE) e das Comissões Municipais de Geografia e Estatística (CMGE) e à população pelas informações prestadas. O IBGE espera que os dados coletados sirvam de base para o planejamento público e privado, em favor da melhoria das condições de vida da sociedade brasileira.


Amapá se destaca no crescimento populacionalBrasília e Manaus mudam de posição entre os 10 maiores.

Embora com perda de participação, os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro representam 40,28% no total da população em 2010 (frente aos 40,82% em 2000). Em dez anos, os destaques de crescimento foram verificados no Amapá (40,18%), Roraima (39,10%) e Acre (31,44%). Por outro lado, os menores percentuais ocorreram no Rio Grande do Sul (4,98%), Bahia (7,28%) e Paraná (9,16%).

Houve mudanças nos rankings tanto dos 10 municípios mais populosos quanto dos de menor população. Na parte de cima, Belo Horizonte, Curitiba e Recife perderam posição frente aos números de 2000. Por outro lado, Brasília e Manaus subiram de posição, cada um, na lista dos mais populosos.

Já entre os de menor população, André da Rocha (RS) e Nova Castilho (SP) elevaram sua posição. Lavandeira, Rio da Conceição, Tupirama e Ipueiras, todos municípios de Tocantins, saíram da lista dos menos populosos; cederam lugar a Miguel Leão (PI), Uru (SP), Cedro do Abaeté (MG), Araguainha (MT).
 
População urbana sobe de 81,25% para 84,35%

Já em 2010, apenas 15,65% da população (29.852.986 pessoas) viviam em situação rural, contra 84,35% em situação urbana (160.879.708 pessoas). Entre os municípios, 67 tinham 100% de sua população vivendo em situação urbana e 775 com mais de 90% nessa situação. Por outro lado, apenas nove tinham mais de 90% de sua população vivendo em situação rural.

Em 2000, da população brasileira 81,25% (137.953.959 pessoas) viviam em situação urbana e 18,75% (31.845.211 pessoas) em situação rural. Entre os municípios, 56 tinham 100% de sua população vivendo em situação urbana e 523 com mais de 90% nessa situação. Por outro lado, 38 tinham mais de 90% vivendo em situação rural e o único município do país a ter 100% de sua população em situação rural era Nova Ramada (RS).

Em dez anos 19 municípios dobraram população

Desde 2000, 19 municípios mais que dobraram sua população – o de maior crescimento foi Balbinos (SP), com 199,47% de crescimento; seguido por Rio das Ostras (RJ), com 190,39%; e Pedra Branca do Amapari (AP), com 168,72%.

Por outro lado, 1.520 municípios registraram população inferior à existente em 2000.

Homens são maioria em Balbinos (SP). Mulheres, em Santos (SP)

Em 2010, os municípios com maior proporção de homens são: Balbinos (SP), Pracinha (SP) e Lavínia (SP).

Já entre os de maior proporção de mulheres em 2010 se destacam: Santos (SP), Recife (PE) e São Caetano do Sul (SP).


(tabelas e maiores informações:


Luiz Antonio Pinto de Oliveira fala sobre resultados do censo 2010
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Seis novos bens entram na lista de Patrimônio Cultural do Brasil

Conselho esteve reunido para discutir propostas de tombamento e registro como Patrimônio Cultural do Brasil

fonte: IPHAN, em 05/11/2010

Os seis bens avaliados pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, nesta quinta e sexta–feira (5 e 6), no Rio de Janeiro, foram tombados ou registrados como patrimônio Cultural do Brasil. A partir de agora, o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro que envolve mais de 22 etnias indígenas do Amazonas, e o Ritual Yaokwa do povo indígena Enawene Nawe, no estado do Mato Grosso terão proteção federal. Além destes, entraram na lista de bens preservados a paisagem cultural de Santa Tereza, no Rio Grande do Sul, do conjunto urbanístico e paisagístico da cidade de São Félix, na Bahia, do Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões, no Amazonas, e do Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro.


Este ano, o Conselho Consultivo já esteve reunido outras duas vezes. Na primeira, em março, foram aprovados o registro da Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, em Goiás, e o tombamento da Vila Serra do Navio, no Amapá. Já no mês de junho, os conselheiros aprovaram o tombamento dos Lugares Sagrados dos Povos Indígenas do Alto Xingu, no Mato Grosso, os Bens da Imigração Japonesa, em São Paulo, e o Teatro Oficina, também no estado paulista.


O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural que avalia os processos de tombamento e registro, presidido pelo presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros de instituições como Ministério do Turismo, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sociedade de Arqueologia Brasileira, Ministério da Educação, Sociedade Brasileira de Antropologia e Instituto Brasileiro de Museus – Ibram e da sociedade civil.


Saiba mais sobre os novos patrimônios culturais brasileiros.


Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro – AM
Ainda hoje no Brasil, um sistema agrícola é capaz de determinar a organização social de etnias e permite, inclusive, um mapeamento das línguas e costumes. Em linhas gerais, esse é o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, entendido como um conjunto formado por elementos interdependentes, como as plantas cultivadas, os espaços, as redes sociais, a cultura material, os sistemas alimentares, os saberes, as normas e os direitos. O cultivo da mandioca brava (manihot esculenta) é a base desse sistema que reúne os mais de 22 povos indígenas que vivem ao longo do Rio Negro, em um território que abrange os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, até a fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela.

Ritual Yaokwa do Povo Indígena Enawene Nawe
O Ritual Yaokwa é a mais longa e importante celebração realizada por esse povo indígena, atualmente uma população em torno de 540 indivíduos que vivem em uma única aldeia, na terra Enawene Nawe uma área de 742 mil hectares, homologada e registrada, localizada numa região de transição entre o cerrado e a floresta Amazônica, no estado do Mato Grosso. Com duração de sete meses, este ritual define o início do calendário ecológico-ritual Enawene que abrange as estações seca e chuvosa de um ciclo anual marcado pela realização de mais três rituais: Lerohi, Salomã e Kateokõ. Parte fundamental do Yaokwa ocorre quando os homens saem para a pesca de barragem, construídas com sofisticadas armações que se configuram em elaboradas obras de engenharia, dispostas de uma margem à outra do rio. Este é o ponto alto do ritual que começa em janeiro, com a coleta das matérias-primas para a construção das barragens e com a colheita da mandioca.

Paisagem cultural em Santa Tereza - RS
Localizada às margens do Rio Taquari e do Arroio Marrecão, Santa Tereza conta cerca de 570 moradores que habitam as 250 casas do núcleo urbano. Os outros quase 1,5 mil habitantes moram na área rural. A partir de 1887, os lotes foram distribuídos entre os colonos. Desde essa época a cidade destaca-se pela diversidade e a alta produtividade da agricultura desenvolvida em terras consideradas as mais férteis do estado. Ainda hoje a comunidade tira o sustento da lavoura. Entre os núcleos gaúchos, Santa Tereza é o mais singelo e também o mais íntegro do ponto de vista da ocupação urbana já que mantém quase intactas as características originais do seu traçado.

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões - AM
Os mais de 10 quilômetros em que é possível observar as águas escuras e transparentes do Rio Negro correndo ao lado das águas turvas e barrentas do Rio Solimões, no Amazonas, podem se tornar o mais novo bem protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan no norte do país. O Iphan defende a proposta em função da excepcionalidade do fenômeno, considerando seu alto valor paisagístico.

Centro histórico de São Félix - BA
A cidade de São Félix, no Recôncavo Baiano, se estabeleceu, no século XVI em função da expansão do porto de Cachoeira como o ponto de partida da Estrada das Minas, importante rota comercial que seguia para Rio de Contas, na Bahia, e para os estados de Minas Gerais e Goiás. Ainda hoje mantém a trama urbana original praticamente intacta. Também é espaço de manifestações culturais, sobretudo religiosas, da população local e mantêm uma interação histórica, urbanística e paisagística com a cidade de Cachoeira, situada na outra margem do Rio Paraguaçu.

Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial - RJ
Conhecido como Monumento aos Pracinhas, localizado no Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, foi construído entre 1957 e 1960 e projetado pelos arquitetos Marcos Konder Netto e Hélio Ribas. O conjunto é integrado por três obras: uma escultura de metal homenageando a força aérea brasileira, outra em granito que homenageia os pracinhas das três armas e um painel de azulejos destacando os combatentes e os civis que morreram em operações navais. Simbolicamente, o Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, estiliza duas palmeiras amparando mãos que levam até o céu nossos pracinhas mortos em combate, cujos 468 túmulos se localizam no subsolo.


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Às portas da Bienal, "pixo" busca modelo de negócio no mercado de arte

fonte: Folha.com, por Diogenes Muniz, 17/09/2010

Qual é o preço do "pixo"? Para quem tenta afastá-lo da fachada da sua empresa ou residência, a lata de verniz antirabisco sai por R$ 170. Para quem quer comprá-lo, há duas opções de formato, bem mais caras: as fotografias dos ataques a prédios ou as "tags" --folhas com signos idênticos aos que os pichadores espalham pela cidade, famosas entre quem pratica a modalidade, mas que não foram assimiladas por colecionadores de arte. Ainda.

Enquanto a sociedade debatia se pichadores são artistas marginalizados ou só criminosos em busca de atenção, ou ambos, um grupo em São Paulo entrou no circuito das artes.
 
João Brito/Folhapress
Pichador e pintor de parede Djan Ivson (de preto) caminha entre colegas do "pixo" no centro
de São Paulo.





















Quem visitar a Bienal deste ano perceberá que aumentou o espaço da pichação no maior palco das artes visuais da América Latina. Em 2008, os invasores não tiveram tempo de rabiscar muito mais que um andar do pavilhão do Ibirapuera e quebrar uma vidraça do térreo para escapar da polícia.

Desta vez, os três andares da 29ª Bienal, que abre no fim do mês com o tema "arte e política", receberão materiais organizados pelo trio intitulado "Pixação SP" (composto pelo fotógrafo Adriano "Choque", 23, e pelos pichadores Djan Ivson, 26, e Rafael Guedes Augustaitiz, 26).

Augustaitiz e Ivson lideraram o ataque com spray ocorrido em 2008 ao Pavilhão Ciccillo Matarazzo, que terminou na prisão em flagrante de Caroline Pivetta, enquanto Choque registrava a performance com sua câmera Canon Rebel. Caroline ficou encarcerada na Penitenciária Feminina de Santana por 50 dias. Foi condenada a quatro anos de prisão, em regime semiaberto, por formação de quadrilha e destruição de bem protegido por lei --recorre em liberdade.

Oficialmente, a Bienal 2010 deve expor convites de festas, "tags", vídeos e fotos. Haverá também uma mesa de debates sobre o tema. Um dos nomes cogitados para mediação é o da filósofa Márcia Tiburi, para quem a pichação "é a única lírica que nos resta". CEUs (Centro Educacionais Unificados) pela cidade exibirão o DVD "100 Comédia 3", que mostra bastidores e estratégias de invasões a prédios e demarcações de parapeitos pela capital paulista (veja trailer).

A organização do evento descarta a possibilidade de pichação no pavilhão, alegando que isso "esvaziaria" a potência do que é visto nas ruas. "A pichação ocorre lá fora", diz Moacir dos Anjos, co-curador da Bienal. A questão é tratada com ambiguidade e certa provocação pelos pichadores.

"Vamos convidar o movimento e eu não tenho domínio sobre nenhum pichador. Não posso garantir nada. Se alguém vai pichar ou não, se algum quadro vai ser riscado ou não, isso aí a gente só vai saber no dia. E aí vamos ver mesmo se eles [Bienal] estão prezando mesmo pela pichação. A gente não precisa do aval de ninguém para fazer [pichar]. Se a gente quiser pichar lá tudo, desde o chão até uma obra de Antonio Dias, a gente vai, picha e foda-se", diz Ivson.

Segundo ele, a Bienal arcou com os custos da montagem do que será exposto pelo grupo (R$ 20 mil) e não houve cachê. A curadoria não comenta valores, mas afirma que pichadores receberam as mesmas condições dos outros artistas. Informa ainda que não haverá esquema especial de segurança por conta da presença de pichadores.

Elite do "pixo"

Famoso no circuito do "pixo" pelos serviços prestados entre os anos de 1996 e 2004, quando esteve no auge (literalmente) dos rabiscos em prédios de São Paulo, Ivson se define como "general" do movimento. Hoje, seu empenho é de militante.

"Estou me dedicando mais a divulgar a pichação em outras esferas. Por tudo que já fiz, para mim [a pichação comum] já deu, já tá bom. O que eu quero agora é revolução", diz.

Ivson ganha a vida como ajudante de pintor de prédios residenciais e é pai de duas crianças. "Minha carteira de trabalho é limpa, nunca fui registrado." No ano passado, viajou para a França a convite da Fundação Cartier, um pretigioso centro de arte ao sul de Paris. O cachê? Três mil euros para uma mostra retrospectiva sobre arte de rua. Atualmente, ele estuda a sondagem de uma galeria para vender as "tags" em Berlim, em uma viagem prevista para outubro.

Nas conversas com a reportagem, nos pontos de encontro da pichação em Osasco (Grande SP) e no Paissandu (centro), as entrevistas precisaram ser interrompidas mais de dez vezes. Ivson era saudado por colegas a todo instante, alguns deles dispostos a servir cerveja "na faixa" para o pichador e para a Folha.

As interrupções eram seguidas de recados como "O Djan representa!", enquanto Ivson descrevia quem chegava ("Esse moleque é pichador, quer dizer, ele tem feito mais furto que 'pixo', né..." ou "O monstrão aqui tá arregaçando os prédios lá do centro, sem massagem"). Em certo momento da entrevista, quando um grupo conversava em voz alta ao lado da reportagem, Ivson interveio: "Dá pra falar mais baixo aí? A gente tá gravando!" Silêncio imediato.

"Não sou líder. O líder intelectual é o Rafael [Augustaitiz]", diz, referindo-se ao ex-bolsista de artes visuais do Centro Universitário Belas Artes que apresentou como trabalho de conclusão de curso um ataque de "pixo" à instituição de ensino, em 2008.

O ato na Belas Artes rendeu a Augustaitiz uma visita ao 36º Distrito Policial, no Paraíso, e notoriedade como "Rafael Pixobomb". O "bomb" é um meio-caminho entre a pichação e o grafite. Em vez de traços pontudos e finos, a assinatura sai em letras mais arredondadas e ilustradas.

"Abandonei o [apelido] Pixobomb", conta Rafael. Agora, ele usa a assinatura "Opus666", e risca prédios com letras de "pixo". "Eu só somo no movimento, não tenho nenhuma pretensão de liderar. Eu gosto do barato, gosto de rabiscar mesmo", diz.

No começo de sua trajetória no "pixo", frequentadores dos "points" o achavam excêntrico. "O Rafael é um gênio, um profeta dos nossos tempos. Às vezes eu preciso traduzir o que ele diz até para a mãe dele", diz Ivson.

Fernando Donasci/Folhapress
Convidados por Rafael Augustaitiz, pichadores escalam as janelas da Belas Artes;
TCC terminou na delegacia

Augustaitiz evita entrevistas presenciais o quanto pode. Prefere mandar "salves" por e-mail do pequeno apartamento onde mora numa Cohab do Jardim Maria Cristina, em Barueri. Quando a reportagem pediu para que escrevesse alguma coisa sobre sua participação na Bienal, redigiu: "O bom da Bienal 'internacional' é a concentração da nata de adorno-charlatões, arquitetada curatorialmente para assim podermos doutorar."

Foi Rafael quem propôs a ruptura entre pichação e a "street art" em geral. A avaliação dos pichadores era que o grafite estava sendo usado como antídoto do "pixo" --ou seja, ao pagar por um mural com grafites, os comerciantes afastavam os "garranchos". "A galera acha que a gente é Pokémon: nasce pichador e evolui para grafiteiro", diz Ivson.

Performances

Dessa ruptura saíram os "atravessos" à galeria Choque Cultural e ao painéis de grafiteiros (entre eles, o mais famoso da cidade, com traços d'OsGêmeos e bancado pela Associação Comercial de São Paulo no valor de R$ 200 mil). Aos poucos, as performances com cunho politizado e alvos grandiosos ganharam mais atenção do que a corriqueira disputa por espaços na cidade, até então razão de ser da pichação paulistana. Chegou-se inclusive a planejar um ataque de tinta e spray à Prefeitura de São Paulo, abortado em cima da hora por falta de quorum.

"É muito mais pacífico o cara sair com a tinta pra contestar do que pichar só por ego, só para dizer que é melhor do que o outro pichador. Isso ficou para trás", diz Ivson.

Todos os ataques e performances dos pichadores são registrados pelo convidado mais jovem do coletivo, o fotógrafo Adriano Choque. Apesar da relação estreita com o movimento, Choque pede para não ser denominado como pichador ou "fotógrafo de pichadores". Ele admite vir de "um universo oposto" ao dos rapazes que saem das periferias para se debruçar nos parapeitos da capital.

"Não gosto deste rótulo", afirma. "Não compartilho de todos os pontos de vista dos pichadores."

Choque já expôs em Miami e na Cidade do México e suas fotos estão na edição de agosto da revista "Piauí". Em 2011, planeja levar os registros para a Europa. Os colegas dizem que o fotógrafo tem um histórico de pichação pela cidade. Ele nega.

"Nunca fui pichador. Desconheço o motivo do Djan ter afirmado isto", diz. Questionado se já vendeu alguma foto de pichação, responde, sem revelar o preço: "Eu estou expondo, não estou?"

Por enquanto, seus retratos das ações são o material mais "lógico" para comercialização do "pixo" (ou de suas representações). Mas não os únicos. Há planos, por parte dos pichadores, de viabilizar também as folhinhas assinadas no mercado de arte. O preço?

"Estamos tirando uma base pelo que a gente se arrisca, é o preço do nosso seguro de vida. A gente nunca pensou nessa possibilidade de vender a assinatura e agora que tá surgindo não vamos facilitar", diz Ivson, para logo em seguida dizer que cada "tag" --folha tamanho A4 com a "assinatura" do pichador-- valeria R$ 1 milhão.

A reportagem argumenta ser um valor fora de cogitação para estreantes.

"Quer um chute menor do que R$ 1 milhão? R$ 500 mil, no mínimo. A [artista] Beatriz Milhazes vendeu um crochezinho dela por R$ 1 milhão [o nome da tela é "O Mágico"]. A gente quer um milhão também, pô! Vamos ter advogado bom, vamos até tirar nossos manos da cadeia", diz, rindo.

Choque Photos/Divulgação
Pichador pinta prédio de ponta cabeça; registro faz parte do acervo
do fotógrafo Choque, que participa da Bienal




















"Acho que o mercado de arte é capaz de absorver muitas coisas. Do mesmo jeito que absorveu o grafite e absorveu, décadas atrás, materiais da arte contemporânea", avalia o curador Moacir Dos Anjos.

Para Márcia Tiburi, o que acontece nas galerias "é mera estética", e a adesão de pichadores ao mercado traz a possibilidade de "perda da revolta". "Isto não quer dizer que a garotada, os artistas, não possam exercitar a contradição --entre a rua e a galeria", explica. De qualquer forma, prossegue, "não acho que o 'pixo' ganhe com a Bienal, acho que como ação radical ele perde; mas, se os pichadores ganharem [dinheiro], quem vai poder dizer algo?"

Anarquizando no Iguatemi

Mesmo sem participar da elaboração da exposição em si, Caroline Pivetta, 25, personagem principal da "Bienal do Vazio", teve contato com curadoria e artistas da 29ª edição do evento. Seu encontro, aliás, foi marcante e ilustra bem como se dá a relação entre os pichadores e a instituição.

No meio deste ano, os curadores Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos promoveram um banquete de luxo para 300 pessoas no shopping Iguatemi (zona sul). Na lista de convidados estavam artistas e curadores estrangeiros, o presidente da Fundação Bienal, Heitor Martins, e os pichadores, que insistiram em levar Caroline.

A organização serviu os presentes com vinho Montes Alpha Cabernet Sauvignon e espumante Chandon, num jantar elaborado pelo banqueteiro Toninho Mariutti e descrito pelos presentes como algo entre o tenso e o desconfortável.

"Nossa presença estava incomodando na festa, isso ficou claro para nós. A gente lá, conversando com os curadores, e a Carol quebrando copo, xingando geral. No final, ela saiu bêbada, desmaiada. Anarquizou total", relata Ivson.

Questionado sobre a noite, Dos Anjos diz ser "evidente um certo desconforto". "Primeiro, por conta de toda a situação da última Bienal e, depois, porque são mesmo dois mundos à parte."

"Não lembro direito o que aconteceu, só lembro de chegar no coquetel e, depois, de o Rafael me carregar no colo na saída", relata Caroline.

É difícil achar algum artista disposto a entrar na linha de fogo de jovens da periferia com discurso agressivo, disposição declarada de "atropelar" obras alheias e que, de uma Bienal para outra, foram alçados da penitenciária à última novidade do circuito das artes.

"A maioria dos caras que estão lá dentro [da Bienal], a maioria do trabalho deles é conversa para boi dormir", dispara Ivson. Para justificar sua afirmação, cita a instalação de Nuno Ramos com urubus, "Bandeira Branca" ("Quem é ele para querer abordar o 'lado sombrio' do Brasil? Com que propriedade ele fala disso, sendo que ele é um burguês formado em faculdade?").

Procurado pela reportagem, Nuno pondera: "Prefiro quem não gosta [do meu trabalho] a quem é neutro".

Acima desse estranhamento entre artistas e pichadores, paira um medo não declarado de um novo ataque. O caso é que ninguém --nem pichadores, nem curadoria, nem artistas-- parece saber o que vai acontecer de fato na abertura desta Bienal e, se acontecer, que papel cada um deve desempenhar.

"Sinceramente? Pode ser que sim, pode ser que não. Pode ser que o pessoal cole, pode ser que ninguém vá. Tem uns caras ali do 'point' do centro que, dependendo do dia, ficam 'virado no capeta'. E tem dias que estão tudo de boa. Eu já fiz aquilo lá [ataque à Bienal], não teria muita lógica para mim", afirma Augustaitiz.

Entre os pichadores, a presença mais aguardada é a de Caroline, que está morando na região metropolitana de Porto Alegre. Mesmo depois de presa e condenada em primeira instância, ela mantém na internet uma espécie de diário da pichação (fotolog.com.br/carolsustos/), frequentado por dezenas de admiradores.

Seu advogado tem divulgado que ela não virá --o que não é confirmado pela própria. "Estamos vendo passagem para a próxima segunda-feira", diz Caroline. "Se eu não tivesse minha filha, talvez chutasse o balde novamente [na Bienal]", afirma.

Além de evitar um novo entrevero como o de 2008, a pichadora perdeu o pai de sua filha há pouco tempo. Conhecido como "Guigo", o integrante do grupo "Néticos" conheceu o preço mais alto do "pixo": aos 22 anos, despencou do oitavo andar quando tentava deixar sua marca em um prédio residencial na av. Rebouças.

Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera

fonte: mam - MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO

O Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera tem abertura no dia 22 de setembro (quarta-feira) trazendo projetos de paisagistas franceses, como Louis Benech e Florence Mercier, e artistas visuais brasileiros, como Ernesto Neto e Beatriz Milhazes, que exploram o tema da alimentação do corpo e do espírito.

Evento tem curadoria de Felipe Chaimovich e cocuradoria de Chantal Colleu-Dumond e conta com a colaboração da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo e do Domaine de Chaumont-sur-Loire.

Mesa-redonda sobre paisagismo acontece no dia 23 de setembro, com a presença dos curadores e mediação de Magnólia Costa, coordenadora editorial do MAM-SP.

Um dos mais importantes eventos de paisagismo do mundo, o Festival Internacional de Jardins de Chaumont-sur-Loire, ganha pela primeira vez versão fora da França, produzida pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Brasil, a partir do dia 22 de setembro (quarta-feira), às 10h, coincidindo com o dia inicial da primavera no hemisfério Sul. Com curadoria de Felipe Chaimovich e cocuradoria de Chantal Colleu-Dumond, em colaboração da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo e do Domaine de Chaumont-sur-Loire, o Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera traz nove jardins projetados por paisagistas franceses, entre eles Louis Benech e Florence Mercier, e por artistas brasileiros como Ernesto Neto e Beatriz Milhazes. O tema da curadoria será a alimentação, que foi interpretado pelos participantes em dois sentidos: alimentação do corpo ou do espírito.

A abertura acontece às 10h do dia 22 de setembro (quarta-feira), com uma breve apresentação acompanhada de café-da-manhã nas dependências do museu. Na sequência, será aberta a visitação aos jardins. O patrocinador exclusivo do Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera é a Fundação Nestlé Brasil.

No dia seguinte à abertura, 23 de setembro (quinta-feira), das 18h às 20h, será realizada uma mesa-redonda debatendo temas relativos ao Festival com seus curadores, sob mediação de Magnólia Costa (veja detalhes no fim do release).

O Museu de Arte Moderna de São Paulo, inserido no Parque do Ibirapuera, é o cenário ideal para a primeira incursão do consagrado evento de paisagismo. Inaugurado em 21 de agosto de 1954, o Parque do Ibirapuera foi concebido pelos arquitetos Oscar Niemeyer, Ulhôa Cavalcanti e Zenon Lotufo, com paisagismo de Augusto Teixeira Mendes inspirado no estilo de Roberto Burle Marx. Com 1,584 milhão de metros quadrados, é um dos parques mais procurados pela população local, sendo a mais importante área verde e de lazer da cidade. Além disso, o Ibirapuera concentra um grande número de equipamentos culturais, sendo um polo de referência cultural em todo o país.

Cada jardim tem 200 m². Eles são distribuídos em volta da marquise projetada por Niemeyer, onde está localizado o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Assim, o museu dá continuidade a sua linha de arte e ecologia, desenvolvida com as exposições de Frans Krajcberg (2008), de Roberto Burle Marx (2009) e com a coletiva Ecológica (2010).

O Festival Internacional de Jardins de Chaumont-sur-Loire é uma referência internacional em paisagismo, sendo organizado pelo Domaine de Chaumont-sur-Loire desde 1992 nas dependências desse museu francês.


Projetos e autores


Beatriz Milhazes

A artista fluminense cria um sol, fonte primeira de vida e alimentação, em semicírculos concêntricos e formas geométricas irregulares, totalmente plantados com girassóis. As formas remetem à sinuosidade de seus trabalhos em pintura, imprimindo delicada poesia ao verde do Parque.

A artista: Beatriz Milhazes (Rio de Janeiro – RJ, 1960) é hoje um dos nomes brasileiros mais conceituados no exterior. Suas obras estão em acervos de instituições como MoMA, Guggenheim e Metropolitan Museum (NY), e também no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Christine & Michel Péna

O casal de paisagistas criou Le jardin amuse-guele (em livre tradução, O jardim aperitivo), simulando uma toalha de piquenique que remete a hábitos de alimentação locais.

Os artistas: Christine Péna nasceu em 1958 na cidade de Metz (Moselle, França) e Michel Péna nasceu em 1955 na vila de Bouscat (Gironde, Aquitânia, França). Ambos se formaram na École Nationale Supérieure du Paysage de Versailles em 1983, casando-se no ano seguinte. Trabalham juntos desde então, atualmente com a sociedade Péna & Peña, criada em 2004. Entre seus projetos, estão o bosque da Riviera, em Bordeaux e os canteiros da nova linha dos Tramway (bondes elétricos) em Nantes.
Erik Borja

Apropriando-se de símbolos da cultura oriental, o paisagista cria um espaço em que uma estrutura de metal bruto forma o ideograma chinês Hé, que significa cereal, base da alimentação na China.

O artista: Erik Borja, artista visual e escultor de formação, tem como obra mais conhecida o Jardim Zen no Domaine de Clairmont, aberto à visitação pública. O paisagista utiliza elementos orientais em seus trabalhos para fazer da natureza a conexão entre a estética e o espiritual.

Ernesto Neto & Daisy Cabral Nogueira

O jardim do artista carioca chama-se Ovogênese, jardim e é delimitado por um caminho sinuoso, cujo desenho forma uma entrada única para o centro do jardim, que visto de cima se assemelha a um feto em gestação.

O artista: Ernesto Neto nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1964. Sua formação artística se deu em cursos do Parque Lage e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, nos anos 80. Multimídia, trabalha com tecidos de poliamida preenchidos com chumbo, criando formas orgânicas, tubos de malha com especiarias, em alusão ao corpo. Chega às “naves”, grandes instalações penetráveis pelo público. É um dos artistas brasileiros em maior evidência no exterior hoje e figura na coleção do MAM-SP com a obra Copulônia (1989/91).


Florence Mercier

Planos verticais formados por tecido translúcido resultam numa construção penetrável, cujos caminhos serão cobertos de ardósia. No centro, inacessível ao visitante, serão espalhadas sementes de flores campestres.

A artista: Após os estudos na Universidade Paris XI-Orsay em ciências da natureza e da vida e, na sequência, na École Nationale Supérieure du Paysage de Versailles, Florence Mercier (1960), fundou seu escritório em Paris, em 1988. Seus projetos são de gamas variadas do paisagismo, do jardim ao território, na França e no exterior. Entre outros projetos, realizou o Jardin dévoilé (Jardim desvendado, 2000) e o jardim chamado de Graines de conscience (Grãos de consciência, 2008) pelo Festival Internacional de Jardins de Chaumont-sur-Loire.


Louis Benech

No formato de um labirinto, o jardim tem estrutura circular dividida por pés de milho, entremeados por árvores frutíferas. No entanto, as árvores e plantas frondosas criam obstáculos para o visitante, como num pomar que se fechasse sobre si mesmo, causando a sensação de estar perdido como nos antigos labirintos de plantas de castelos e afins.

O artista: Mestre em direito, Louis Benech trabalha com paisagismo desde 1985, profissão que adotou por amor às plantas e à natureza. Aprendeu a profissão trabalhando nos Viveiros Hillier. Entre algumas de suas realizações, está a revitalização da parte antiga do Jardin des Tuileries. Tem mais de 250 projetos concebidos e realizados em países como Coreia, Canadá, Estados Unidos, Marrocos e Grécia, em que alia a estética a questões ambientais, sempre preservando as características da flora local.


Maro Avrabou & Dimitri Xenakis

O jardim é composto por estantes metálicas que delimitam um espaço interno para os visitantes andarem como por entre corredores de um supermercado. Nas estantes estão fixadas latas com plantas comestíveis, identificadas por rótulos que figuram a espécie cultivada.

Os artistas: Maro Avrabou (1960) é artista e desenhista de luz atuante nos campos das artes visuais, do teatro, da dança e da ópera. Dimitri Xenakis é artista e trabalha com paisagismo, renovando incessantemente sua linguagem artística para dialogar com o meio ambiente. Trabalham em dupla sempre investigando espaços de vida, pontos de vista, formas e luz, em busca de novos territórios dentro do paisagismo, sejam ambientes urbanos ou naturais. Entre projetos já apresentados, estão da edição de 2006 do Festival International de Jardins de Chaumont-sur-Loire e do Festival de Jardins de Cingapura.


Michel Racine & Béatrice Saurel

Uma composição de tecidos é delimitada por árvores e cerca vegetal. Os elementos de tecido retomam a tradição europeia de amarrar tiras de roupa de uma pessoa doente numa árvore, pela crença no seu poder de cura.

Os artistas: Michel Racine, um dos nomes mais destacados do paisagismo na França, é paisagista, urbanista e arquiteto DPLG (licenciado), especializado em criação de jardins e valorização de paisagens culturais. Tem inúmeros livros publicados e atua nas mais importantes instituições voltadas à area de urbanismo e paisagismo da França, entre as quais a École Nationale Supérieure du Paysage de Versailles (professor) e o Comité International des Paysages Culturels/ ICOMOS-IFLA (membro votante). Béatrice Saurel é formada pela École Supérieure de Design Graphique, (ATEP, 1987-90) e pela École Nationale Supérieure du Paysage (ENSP, 2006-2007). Além dos projetos em parceria com Racine, atua também como consultora do Ministère de l’Écologie, du Dèveloppement et de l’Aménagement Durables, bem como de empresas privadas como Otis e Weleda.


Pazé

Os dois conjuntos de mandacarus plantados pelo artista têm esferas vermelhas com iluminação interna, mimetizando os frutos naturais dessa planta. Para o artista, esses cactos isolados compõem uma visão fantástica, que contrasta a secura típica da caatinga brasileira com o potencial alimentar do mandacaru.

O artista: Nascido em São Paulo, SP, em 1962, formou-se em artes visuais pela Fundação Armando Álvares Penteado. Entre as exposições individuais de que participou, estão A coleção (2010), em sua galeria atual, Casa Triângulo; e Cinzas (2002), na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Participou no MAM-SP das coletivas Panorama da Arte Brasileira (2005), Gabinete de Desenhos (2007) e MAM na Oca (2006). Sua obra Transeunte (2001) figura no acervo do museu.

Os curadores

Felipe Chaimovich, curador do Museu de Arte Moderna de São Paulo desde janeiro de 2007, nasceu no Chile e é brasileiro radicado no Brasil. É doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo e professor do curso de Artes Plásticas da FAAP. É membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte e do Comitê Brasileiro de História da Arte. Como curador, realizou as exposições Panorama da Arte Brasileira 2005, Cinquenta 50, 2080, Sono da Razão, Dez dias de arte conceitual no acervo do MAM e Duchamp-me (MAM-SP), Forma Perversa (Galeria Luisa Strina) e Ouro de Artista (Casa Triângulo/ Projeto Leonilson), entre outras. Tem um livro publicado sobre o artista plástico Iran do Espírito Santo (São Paulo: Cosac Naify, 2000).

Chantal Colleu-Dumond é diretora do Domaine de Chaumont-sur-Loire desde 2007. Foi conselheira cultural na Embaixada da França em Berlim e diretora do Instituto Francês de Berlim entre 2003 e 2007. Exerceu diversos cargos como conselheira cultural e científica na Alemanha e na Romênia, junto ao corpo diplomático francês.


SERVIÇO
Festival de Jardins do MAM no Ibirapuera (arredores do MAM-SP)
Visitação: 22 de setembro a 31 de dezembro de 2010
Mesa-redonda: 23 de setembro (quinta-feira), das 18h às 20h (entrada franca)
Endereço: Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3)
tel (11) 5085-1300
Horários: diariamente, das 5h às 22h (horário de visitação do Parque Ibirapuera)
Entrada franca
Agendamento gratuito de visitas em grupo pelo tel. 5085-1313 e email educativo@mam.org.br
Site: www.mam.org.br