9ª Semana Nacional de Museus

Ibram divulga programação completa da 9ª Semana Nacional de Museus

fonte: Ibram, publicado em 25/04/2011

O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/Ministério da Cultura) divulgou nesta segunda-feira, 25 de abril, o guia com a programação completa da 9ª Semana Nacional de Museus. A publicação traz informações sobre os cerca de 3 mil eventos programados pelos museus participantes em mais de 500 cidades de todos os estados do país. A 9ª Semana será realizada de 16 a 22 de maio.

Neste ano, a Semana de Museus terá participação recorde: 1.006 museus e instituições culturais integrarão a programação, oferecendo eventos como exposições, oficinas, espetáculos, seminários, exibição de filmes e outras atrações.

A Semana de Museus é celebrada anualmente por dezenas de países e é o maior evento, no âmbito mundial, comemorativo ao Dia Internacional de Museus (18 de maio). O tema de cada ano é definido pelo Conselho Internacional de Museus. Em 2011, o tema será Museu e Memória.

Em 2010, a comemoração teve participação de mais de 30 mil museus em 95 países. A iniciativa tem sido responsável pelo aumento de visitação nas instituições. No Brasil, a Semana de Museus vem sendo realizada desde 2003, sob coordenação do Ibram.

de 16 a 22 de maio.
veja a programação completa da 9ª Semana Nacional de Museus.

texto sobre crescente demanda de produtos culturais no Brasil, pela classe C

A classe C vai ao Paradiso
Será que o produtor cultural brasileiro já entende as demandas dessa nova classe média?
fonte: blog do inffinito, por Cristina Giustino , 5 de abril de 2011.

“Trabalho há 10 anos por aqui e nunca vi isso assim”, dizia o segurança do centro cultural ao lado, sobre a fila que dava a volta no quarteirão do CCBB. Era o penúltimo dia da exposição de Escher. Duas semanas antes, quando pude vê-la, constatei que estava intransitável, tamanha a quantidade de gente que se amontoava diante das gravuras do artista holandês. Nas duas ocasiões, as conversas nos corredores demonstravam que ali havia gente de todas as partes da cidade e de diversas classes sociais.

Um pouco longe dali, o CineCarioca Nova Brasília, sala de cinema inaugurada em novembro de 2010 no Complexo do Alemão, preparava-se para mais um dia de sessões cheias. Em pouco mais de dois meses de funcionamento, o cinema com ingresso à R$ 4,00 teve média de 85% de ocupação, enquanto a brasileira é de 40%. Entre os filmes já exibidos estão os considerados blockbusters “Enrolados”, “De pernas pro ar”, “Desenrola” e “VIPs”. O cinema também já exibiu “Tron – O legado” (blockbuster sim, porém, menos fácil) e irá exibir “Rio”.

Naquela mesma semana, os organizadores da Bienal do Livro do Rio já anunciavam seus planos para a edição 2011: ampliar isso, ampliar aquilo. Tanto a Bienal do Rio quanto a de São Paulo bateram recordes de público nos últimos anos. Em 2009, foram 640 mil no Rio e, em 2010, mais de 700 mil em São Paulo. As pesquisas de opinião demonstraram que o que mais satisfaz o público é a variedade de títulos oferecidos.

Os principais responsáveis pela produção e crescimento destes números são os integrantes da classe C. Os exemplos acima são apenas alguns dos que demonstram a crescente demanda desta que é denominada nova classe média por produtos culturais. Após a investida em computadores, TVs de plasma, cursos de idiomas, produtos de beleza, chegou a hora de consumir cultura. O governo, as grandes empresas, os economistas, quase todo mundo já percebeu o poder e o potencial de consumo da classe C, composta por pessoas cuja renda média é de R$ 1.338 e que correspondem a mais de 50% da população brasileira, segundo a mais recente pesquisa sobre o tema, divulgada em março. O crescimento da classe C, ocorrido nos últimos 10 anos, é tão evidente que transformou em um losango a famosa pirâmide das classes sociais que estudávamos no colégio!

Mas afinal, o que querem consumir as 101 milhões de pessoas que compõem atualmente a classe C no Brasil? A ascensão a esta classe não se deve somente ao maior crédito ou ao controle da inflação. Ela se deve também ao aumento da escolaridade que, por sua vez, gera maior demanda por produtos culturais diversificados. Além disso, a história demonstra que o acesso ao produto cultural mais, por assim dizer, refinado, legitima, aos olhos de muitos, a mobilidade social. Achar que a classe C só consome o que é popular e tosco é ingenuidade. Este consumidor quer qualidade e opta pela marca conhecida a um preço que considera justo. “Os produtos vagabundos e baratinhos perdem espaço com esses consumidores”, diz o publicitário Renato Meirelles, diretor do Data Popular. Esta mesma lógica não valeria para o consumo cultural?

Não é de se estranhar, portanto, uma sessão de “Tron – O legado” à R$ 4,00 cheia, o Theatro Municipal a R$ 10,00 lotado, uma bienal do livro intransitável ou a fila gigante para uma mostra gratuita de artes plásticas. Por outro lado, a questão parece não ser determinada, simplesmente, pelo valor acessível do ingresso. Nos próximos dez anos, segundo pesquisa da Fecomércio-SP, o consumo dessa nova classe média será cada vez mais sofisticado. Diante disto, refaz-se a pergunta: Será que os produtores brasileiros já entendem e já sabem responder às demandas da classe C?

Dentre todas as áreas da cultura, a do audiovisual é a que aparentemente mais tem se beneficiado desta mudança conjuntural, ainda que as possibilidades não tenham sido todas preenchidas. A classe C vai ao cinema. Os recentes recordes de público do cinema brasileiro são importantes sintomas. A famosa barreira psicológica dos 10 milhões de espectadores foi quebrada por “Tropa de Elite 2” e outros filmes nacionais têm tido boas bilheterias.

Variedade, qualidade, “marca conhecida” e “preço justo” parecem ser, portanto, as principais características que a classe C busca, não só no cinema brasileiro, como também nos demais setores da cultura. Alguns diriam que são características de produtos com apelo comercial. Mas se a tendência, como diz a Fecomércio, é “sofisticar”, só o tempo ajudará a compreendermos o que quer a classe C.

Cristiana Giustino é Analista de Propostas da Inffinito e, no cronograma do produtor cultural, enquadra-se na fase “Planejamento e pesquisa”.
link para postagem no blog do Inffinito

 

Projeto Nova Luz, audiência não responde dúvidas

A longa apresentação do projeto Nova Luz não tranquilizou os representantes de associações de moradores, comerciantes e movimentos sociais presentes.

fonte: BRASIL DE FATO, por Patrícia Benvenuti, em 13 de abril de 2011


Questionamentos e muita tensão marcaram a audiência pública sobre o projeto Nova Luz em São Paulo nesta terça-feira (12) na Câmara Municipal.


Cerca de 200 pessoas participaram do encontro, que contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, de vereadores, deputados, representantes do consórcio responsável pelo projeto e, principalmente, de moradores e comerciantes da região.

A audiência iniciou com a apresentação de Bucalem, que definiu o projeto como “uma oportunidade de transformar a cidade”. Por meio de desenhos e gráficos, o secretário mostrou as perspectivas para a região depois das reformas.

O projeto Nova Luz, feito pelo consórcio formado pelas empresas Concremat Engenharia, Cia City, Aecom e Fundação Getúlio Vargas (FGV), prevê a reurbanização da área, com reformas no trecho delimitado pelas avenidas Duque de Caxias, Rio Branco, Ipiranga e ruas Mauá e Cásper Líbero.

Bucalem fez questão de frisar que o projeto apresentado na audiência se trata apenas de uma versão “preliminar”, e que o documento final será concluído no final de maio. Já a licitação para escolher a empresa executora do projeto deve ser lançada em junho. O orçamento do plano urbanístico é estimado em mais de R$ 1,1 bilhão – metade do valor deve ser bancado pela Prefeitura.


Dúvidas persistem


A longa apresentação do projeto, no entanto, não tranqüilizou os representantes de associações de moradores, comerciantes e movimentos sociais presentes.

A principal reivindicação das organizações é a garantia de permanência na área depois das reformas. O presidente da Associação de Moradores da Santa Ifigênia, Antônio Santana, critica a indefinição sobre o destino de quem trabalha e reside na região.

“Desde 2009 a gente pede garantias, ainda antes da aprovação das leis, estamos em 2011 e a resposta [do poder público] é sempre de que o estudo é preliminar”, afirma.

O projeto de lei de concessão urbanística em áreas degradadas na capital paulista e a reurbanização do centro foi enviado originalmente à Câmara Municipal de São Paulo como um único texto. Em seguida, foi desmembrado, dando origem a duas leis aprovadas em 2009: a lei que define as regras gerais para as chamadas concessões urbanísticas (que terceiriza a desapropriação de imóveis), a lei que trata especificamente da concessão urbanística na Nova Luz.

As incertezas também fazem com que a presidente da Associação de Moradores e Amigos da Santa Ifigênia e da Luz (Amoaluz), Paula Ribas, se mostre apreensiva em relação ao futuro. “Será que todas as questões que a gente pontua há tanto tempo serão contempladas no projeto final? O debate é bom, mas e as ações? O que concretamente vai acontecer?”, questiona.

Além de falta de garantias para moradores e comerciantes, Paula Ribas frisa que o projeto apresentado não responde a outras demandas importantes da região.

“O projeto Nova Luz não apresenta alternativas sociais, como no caso dos moradores de rua e dependentes químicos. Como vai se resolver isso?”, indaga.

Por parte dos comerciantes, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Santa Ifigênia, Joseph Hanna Fares Riachi, criticou o projeto que, segundo ele, deve tirar o caráter comercial da região. Segundo ele, os trabalhadores serão penalizados em função de interesses da especulação imobiliária na área.

“A Santa Ifigênia cresceu por conta própria, nunca tivemos qualquer incentivo do governo. O nosso desejo é de que o projeto melhore, mas que haja a participação de todos que estão aqui”, afirmou.


Promessas


Depois de ouvir as críticas e reclamações, o secretário de Desenvolvimento Urbano afirmou que todas as questões levantadas na audiência serão contempladas no projeto final.

Ele garantiu que, em caso de desapropriações, os proprietários receberão o valor de mercado por seus imóveis e que aqueles que perderem suas casas poderão permanecer na região.

“O projeto tem obrigação de oferecer uma moradia na área para essas pessoas, isso é uma premissa”, disse.

Já em relação aos dependentes químicos e moradores em situação de rua, ele destacou que o atendimento não está previsto no projeto Nova Luz, e sim por meio da Ação Integrada Centro Legal, trabalho conjunto da Secretaria da Saúde com as Secretarias Municipais de Assistência e Desenvolvimento Social, Habitação, Gestão, Ministério Público e Guarda Civil Metropolitana no atendimento a pessoas em situação de rua.

A vereadora Juliana Cardoso (PT), no entanto, se mostrou cética em relação às promessas.

“O secretário fala em moradia, mas o que a gente mais vê é a derrubada de casas. Um exemplo é o São Vito e o Mercúrio [prédios no centro de São Paulo]. O secretário fala de assistência social, mas a secretária de Assistência Social [Alda Marco Antônio] fechou de 600 a mil vagas em albergues no centro”, afirma Juliana, que pediu mais respeito à comunidade.

Para Juliana, o projeto tem de estar de acordo com a lei, de forma a que os direitos das pessoas sejam respeitados. “Aqui está a vida dessas pessoas e elas querem ser respeitadas”, salienta.

A audiência chegou a ser interrompida em função de discussões e trocas de ofensas entre os vereadores e os comerciantes. Exaltados, os vereadores Roberto Tripoli (PV) e Claudio Fonseca (PPS) foram exigir explicações de um manifestante que, durante uma intervenção, chamou os políticos da mesa de “vendidos para o capital”.



>>> link para conhecer o projeto Nova Luz

Brasil integra ranking internacional de exposições e museus mais visitados

fonte: ibran - Instituto Brasileiro de Museus, publicado em 07 de abril de 2011.

A revista britânica The Art Newspaper divulgou nesta terça-feira (5) o resultado de ranking anual elaborado pela publicação sobre os museus e exposições mais visitados do mundo. A lista traz museus e exposições de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília entre aqueles que atraíram maiores públicos em 2010. Esta é a primeira vez que o Brasil participa da pesquisa, que no país foi coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/Ministério da Cultura).

Com um público total de 535 mil visitantes, a 29ª Bienal de São Paulo, realizada entre os dias 19 de setembro e 12 de dezembro, figura no ranking como a 12ª exposição mais visitada em todo o mundo no ano passado.

As exposições Islã (445.598 visitantes), Regina Silveira – Linha de Sombra (477.106) e Rebecca Horn (313.756), todas organizadas pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, vêm logo na sequência. O Mundo Mágico de Escher, do CCBB Brasília, e Expedição Langsdorff, do CCBB São Paulo, também aparecem no ranking entre as 100 mostras com maior público.

O Brasil também é citado como detentor de cinco dos museus de arte mais visitados do mundo: o CCBB do Rio de Janeiro figura em 14º lugar na lista, que inclui ainda as unidades de Brasília e São Paulo, além do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Há ainda menções a mostras brasileiras nos rankings temáticos divulgados pela revista, que citam exposições organizadas pelo Museu Imperial e Museu Histórico Nacional (do RJ, ambos integrantes do Ibram), Museu de Arte Moderna (SP), Museu de Artes e Ofícios (MG) e Instituto Itaú Cultural (SP).
A publicação, considerada uma das principais fontes internacionais de informação sobre arte, destaca que esta é a primeira vez que mostras brasileiras integram o ranking. O levantamento completo pode ser acessado no site da revista.

O Ibram prepara para os próximos 45 dias o lançamento de um sistema de informação com os mesmos critérios adotados pela revista The Art Newspaper, que vai permitir o acompanhamento permanente de dados relativos à visitação dos principais museus e centros culturais brasileiros.