arte brasileira contemporânea, salto nas exportações

O salto da exportação de arte 'made in Brazil'
De 2005 a 2010, setor cresceu 500% e exportou US$10 milhões. Especialista critica falta de política de retenção de obras.

fonte: o Globo, por Eliane Oliveira, em 29/05/2011

Um setor vem se sobressaindo, juntamente com as commodities, na balança comercial brasileira: o de artes plásticas contemporâneas. A criatividade de artistas brasileiros que lotam galerias de arte no exterior fez com que as exportações de quadros, gravuras, colagens e estampas aumentassem quase 500% nos últimos quatro anos, de US$ 1,9 milhão, em 2005, para US$ 10,047 milhões, em 2010, apesar do dólar desvalorizado, da elevada carga tributária e das dificuldades logísticas.

Não fosse a crise financeira internacional, a expansão seria ainda maior, de 686%, uma vez que, em 2009, o total vendido foi de US$ 14,934 milhões. Esse montante não chega perto da média de US$ 10 bilhões mensais em exportação dê commodities agro-pecuárias, minerais e metálicas. No entanto, segundo o presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Maurício Borges, há um esforço bem-sucedido das galerias de arte e outros representantes do setor.

A arte brasileira contemporânea faz sucesso no exterior com nomes como Cildo Meireles, Waltercio Caldas, José Resende, Beatriz Milhazes, Adriana Varejão, Ernesto Neto, Tunga, entre tantos outros. Estados Unidos, Suíça, Inglaterra, Espanha, França e México lideram a lista de mercados para as exportações.

— Além da participação em feiras, exposições e missões internacionais, ajuda a melhorar o perfil exportador o posicionamento político adotado pelo Brasil em áreas como a ambiental e a social. Isso atrai o interesse de pessoas que desconhecem o potencial artístico — diz Borges.

Mercado interno preocupa especialistas

O professor e crítico de arte Paulo Sérgio Duarte concorda com essa avaliação e diz que o Brasil tem artistas com as mais interessantes investigações estéticas contemporâneas. Contudo, ele destaca que sua maior preocupação é com o mercado interno, que, embora mais consistente do que em anos atrás no eixo Rio-São Paulo-Belo Horizonte, carece de políticas públicas para a formação de acervos. Essa deficiência ocorre de forma gritante em Brasília, capital do país.

— Se chega algum chefe de Estado no Brasil, não há uma sala Portinari, Volpi ou outro pintor do século XX, formada por oito a 12 obras — completa Duarte.

O curador da Pinacoteca de São Paulo, Ivo Mesquita, desconhece dados mercadológicos, mas reconhece que o interesse pela arte brasileira é crescente.

Alguns especialistas, como o curador, perito judicial e agenciador de arte Ricardo Barradas, por outro lado, apontam falhas justamente na exportação de obras importantes. Para ele, falta na legislação um dispositivo que impera casos como o da vedda do "Abaporu", quadro pintado por Tarsila do Amaral na década de 20 do século passado. O colecionador argentino Eduardo Constantini o comprou em 1995 por cerca de US$ 1,5 milhão.

Agora, Constantini, que expõe o quadro em um museu de Buenos Aires, não aceita vendê-lo por nada. Recusou, recentemente, uma oferta de empresários brasileiros no valor de US$ 40 milhões. Argumenta que tem em mãos uma obra que levou Oswald de Andrade a criar o Movimento Antropofágico, com a intenção de "deglutir" a cultura europeia e transformá-la em algo bem brasileiro.

— Um quadro como o "Abaporu", por seu valor histórico, nunca deveria ter saído do país — afirma Barradas, que foi um dos que tentaram, em vão, agenciar a venda da obra a grandes empresas brasileiras. — As empresas preferiram investir na Fórmula-1. Faltam gestores especializados no país.

De acordo com o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional Ophan, a legislação brasileira só proíbe a saída do país de obras do período monárquico ou as tombadas, como, por exemplo, diversas de Portinari. Embora a venda do "Abaporu" tenha ocorrido há 15 anos, não haveria nada que impedisse a operação novamente.

Jã para João Carlos Lopes dos Santos, perito judicial e consultor nas áreas do mercado autoral, de arte e de entretenimento, não há problema algum em não haver retenção de obras de arte no Brasil:

— É melhor que esteja em um museu, onde as pessoas possam vê-lo, do que ficar encostado em alguma residência ou algum acervo. O importante é o reconhecimento do público, não importa onde o quadro fique.

Preço no Brasil é bem menor que no exterior

Lopes dos Santos destaca que um diferencial importante entre o Brasil e o exterior é o preço. Os valores praticados aqui são bem inferiores aos pagos pelas clientelas americana e europeia.

— Uma coisa é a criatividade e o talento do artista, e outra é o mercado local. A arte brasileira ainda não atingiu um patamar de preço equivalente ao praticado nos EUA e Europa.

A professora e pesquisadora do Instituto de Artes da Uerj Denise Espírito Santo acredita que houve grande avanço no Brasil nos últimos 15 anos.

— Se formos olhar para trás, a década de 80 foi obscura e, desde meados da década de 90, o setor começa a se organizar. O Brasil tem estrutura legal comparada à do Primeiro Mundo. No entanto, é preciso estimular não só a arte que vende, mas outros circuitos fora das grandes capitais. Há muita coisa interessante na periferia — afirma ela.

O premiado pintor Galeno é um exemplo de artista mais conhecido no exterior do que dentro do próprio pais, à exceção de Brasília. Seus quadros foram dados de presente a chefes de Estado estrangeiros por praticamente todos os presidentes brasileiros no período de Fernando Collor a Luiz Inácio Lula da Silva. Os ex-presidentes americanos Biil Clinton e George W. -Bustí; o fràricês Jácques Chirac; o ex-chanceler alemão Helmut Kohl; e o russo Vladimir Putin estão entre os agraciados. Assim, Galeno se projeta lá fora e abre caminho para os mais jovens, graças aos diplomatas que compram sua arte.

— Já aconteceu de, em uma casa em Pequim, o convidado pedir informação sobre meu trabalho e me encontrar. Isso se repetiu em outros países — conta o artista, que tem um ateliê na cidade-satélite de Brazilândia.

vídeo sobre impacto social do projeto Nova Luz

AMOALUZ na TVT

fonte: blog Apropriação da Luz, por Paula Ribas, em 15/05/2011

A AMOLUZ gravou a matéria apurada pelo videoreporter, Carlos Carlos da TVT, sobre a moradia no centro de SP. Nosso foco foi falar do impacto social que o Projeto Nova Luz trás na região de modo geral e, principalmente, para os moradores.

Assitam a matéria! Vale a pena ver o que os moradores e as associações pensam sobre o projeto Nova Luz. Como sempre fazemos aqui no blog , revelar o olhar de dentro pra fora.



>> link para o post original no blog Apropriação da Luz

sobre encontro da Ministra Ana de Hollanda com a área cultural em sp

entre verdades e boatos, conspirações e anti-conspirações, notas de repúdio, notas de apoio, etc, etc .... um dos relatos sobre o encontro da Ministra da Cultura em SP, ocorrido no dia 10/05.

Debate com Ana de Hollanda tem de bate-boca a declamação de poema
Em encontro com representantes da área em São Paulo, ministra da Cultura se diz vítima de "campanha para desinformar"

fonte: iG São Paulo, por Marco Tomazzoni, em 10/05/2011

Confusão, bate-boca, declamação de versos poéticos e gritos de “Aleluia, Aleluia” deram o tom do encontro da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, com representantes da área cultural, em São Paulo.

O Ministério da Cultura (MinC) vive clima tenso. Atacada por retirar o selo Creative Commons do site da pasta, por manter uma suposta proximidade com o Escritório Central de Arrecadação de Distribuição (Ecad) – pilar da polêmica dos direitos autorais na música –, e, no último final de semana, acusada de receber diárias oficiais do governo enquanto mantinha agenda informal, Ana de Hollanda trabalha sob fogo cruzado. Na tarde desta terça (dia 10), na Assembleia Legislativa de SP, diante de uma plateia numerosa e agitada, a ministra se defendeu dizendo-se vítima de uma "campanha para desinformar".

"Há muito boato, muita fofoca e informações completamente equivocadas. Estão querendo criar fatos que não correspondem à realidade", afirmou, amparada pela deputada estadual Telma de Souza (PT-SP), que chegou a dizer que se trata de um "ataque da imprensa ao governo". "Estou fazendo um trabalho integrado ao governo, à sociedade e ao mundo dos criadores da cultura", acrescentou a ministra.

Não foi muito o que se viu num dos auditórios da Assembleia, lotado, com gente sentada pelos corredores e em pé ao lado das poltronas. Se no início a sensação era de ordem e cortesia, aos poucos a morosidade do protocolo e a fila enorme para falar ao microfone se transformaram em impaciência. Enquanto um representante do setor teatral solicitava repasses atrasados dos Pontos de Cultura, outro tomava o microfone para dizer que a "poesia é sempre mulher" e enfileirar outros versos.

O diretor Zé Celso Martinez Corrêa, como de costume, aproveitou a deixa para fazer campanha da criação de um complexo cultural junto ao Teatro Oficina. No fundo da sala, um senhor começou a cantar "Glória, Glória, Aleluia". Policiais intervieram e o público puxou o coro de "fica". Por muito pouco a reunião não virou um programa de auditório.

As críticas, no entanto, foram mais contundentes do que as excentricidades, por mais que a bancada do PT, responsável por convocar o encontro, tentasse amainar a situação. As principais cobranças diziam respeito a repasses atrasados do ministério. A cineasta Tata Amaral ("Antônia", "Um Céu de Estrelas") pediu os recursos prometidos no último edital de longas-metragens de baixo orçamento. "A produção independente depende desses contratos, que precisam ser honrados", disse. Também foi exigida a liberação de editais da Funarte para realização de projetos de dança, teatro, circo, artes visuais e outras áreas, publicados anualmente e que até agora não vieram a público.

Ana de Hollanda afirmou que o orçamento do ministério para 2011 está praticamente todo vinculado a dívidas atrasadas, o que compromete a liberação de novos projetos. "O orçamento não só teve cortes, como herdamos projetos e programas do ano passado, os restos a pagar." Como solução, a ministra disse que vem cobrando de deputados e senadores agilidade na votação da PEC 150, que estabelece porcentagens fixas dos orçamentos das três esferas (federal, estadual e municipal) para a cultura. "O que está atrasado vai ser resolvido logo. Estamos recebendo e pagando por etapas. Temos que ter fôlego, mas vamos honrar todos os compromissos."

O assunto que provocou maior reação da plateia, porém, foi o debate da nova lei de direitos autorais. Depois de afastar o antigo Diretor de Propriedade Intelectual do MinC, Marcos Souza, principal articulador do anteprojeto que seria entregue à Casa Civil, a ministra voltou a colocar o texto em consulta pública até o final de maio. Segundo ela, representantes de muitos setores – como fotografia, literatura e design – haviam dito não ter participado do processo. Ao afirmar que as novas contribuições ao projeto seriam colocadas no site do ministério de forma anônima, sem autoria, foi muito contestada pelo público presente, mas encerrou a conversa de forma seca: "Não vou ficar num bate-boca".

Quanto à reivindicação de um maior controle do Ecad, órgão privado responsável por arrecadar e repassar royalities aos compositores de música no país, a ministra declarou que a fiscalização será feita dentro da legalidade, sem interferência direta do governo. "Nós nos preocupamos muito com o autor, não podemos deixar que ele seja prejudicado. O interesse de todos é de que o Ecad funcione direito. Ele [o Ecad] vai ter supervisão até onde a lei permite. Uma intervenção seria demais."

Ana de Hollanda, que afastou pela manhã a possibilidade de deixar o cargo, foi embora sem falar com a imprensa, o que causou confusão entre repórteres e a segurança da assembléia. Deixou para trás uma multidão com pedidos e documentos nas mãos, prova de que, se a Cultura vivia à margem em gestões passadas, no governo Dilma virou pauta de primeira ordem.

>> link para a matéria original

pesquisa sobre Hábito Cultural do Brasileiro em 2010

Hábito cultural do Brasileiro cresce em 2010, segundo Pesquisa da Fecomércio-RJ

Leitura, Cinema e Shows de Música foram as opções que tiveram os maiores avanços entre as atividades culturais.

Pesquisa Nacional sobre Hábitos Culturais, realizada pela Fecomércio-RJ em parceria com a Ipsos, mostra um aumento de 13 pontos percentuais no número de brasileiros que frequentaram alguma atividade cultural no ano passado. Em 2009, 40% da população acima de 16 anos desfrutou, pelo menos uma vez, de algum hábito de lazer cultural, enquanto no ano passado essa proporção subiu para 53%.

Entre as opções listadas, a leitura, o cinema e os shows de música registraram as maiores adesões desde o início da pesquisa, em 2007

Segundo o levantamento, os brasileiros estão lendo mais. Em 2010, 34% dos entrevistados informaram que leram no mínimo um livro, contra 23%, em 2009. O crescimento da prática está relacionado às bienais literárias e também ao avanço dos E-books. A maior expansão ocorreu na população com 60 anos ou mais: de 9%, em 2009, para 23%, em 2010. No entanto, dois em cada três brasileiros continuam sem o hábito de ler, porém, um ano antes essa proporção era ainda maior: três em cada quatro.



O hábito do brasileiro de ir ao cinema também foi outra opção que teve aumento: 10 pontos percentuais de um ano para o outro. O apelo dos filmes 3D, as promoções e descontos realizados por empresas para atrair o público às salas de exibição são os fatores que mais influenciaram nesse sentido.



Com relação aos shows de música, o crescimento ocorreu devido ao investimento dos artistas neste nicho através carnavais fora de época, micaretas, entre outros eventos, já que a venda dos CDs deixou de ser a principal fonte de recursos e visibilidade.



Uma questão central constatada pela pesquisa é que a maioria dos brasileiros não frequenta atividades culturais por falta de hábito ou por não gostar. No caso de livro, por exemplo, a falta de hábito é a justificativa de 66% dos que não leem, enquanto a falta de gosto, de 23%.

Portanto, a opção de ir ou não a programas culturais no Brasil não passa, necessariamente, pela questão do preço e, muito menos, pela falta de opções.

Ainda assim, no geral, pode-se observar que os brasileiros realizaram mais atividades culturais em 2010 que no ano anterior.



Porém, ainda que a situação tenha melhorado, vale ressaltar que a falta de hábitos culturais entre parcela significativa da população segue como um desafio ao país. Programas culturais de lazer permanecem ausentes da agenda de praticamente metade dos brasileiros, tendo em vista que, no ano passado, 47% não realizaram nenhuma das seis opções culturais listadas pela pesquisa – leitura, cinema, teatro, show musical, exposição ou espetáculo de dança.

O levantamento da Fecomércio-RJ/Ipsos entrevista anualmente mil pessoas, em 70 cidades, incluindo nove regiões metropolitanas e tem como objetivo mensurar as atividades relacionadas à cultura.

A principal razão para a realização desta pesquisa – em sua quarta edição – está no fato de o Sistema Fecomércio-RJ, composto por Sesc, Senac e Fecomércio-RJ, considerar a cultura um dos principais meios de inserção social, um fator essencial para o desenvolvimento do país.

Clique aqui para ver a pesquisa na íntegra.


>> veja a pesquisa Cultura no Brasil, realizada pela Fecomércio-RJ, em 2007. (arquivo em pdf)

Museu Virtual de Brasília

Brasília tem museu virtual

A capital federal ganha no dia 16 de maio, o Museu Virtual de Brasília, projeto-piloto de website de um museu vitual sobre a cidade de Brasília, com versões em português, inglês e espanhol (ainda em construção). O lançamento é parte das comemorações da 9ª Semana Nacional de Museus. O projeto é fruto de uma pesquisa de mestrado realizada no Centro de Excelência em Turismo da UnB, e apresenta contribuições conceituais, teóricas e aplicadas dos campos da museologia e do turismo. O endereço do museu virtual é www.museuvirtualbrasilia.org.br.

O tema Museu Virtual de Brasília será parte da programação da 9ª Semana de Museus, na mesa “Preservação e Memória, além dos espaços museológicos tradicionais”, que ocorrerá dia 19, às 18h30m, no auditório da Casa da Cultura da América Latina da UnB. O projeto recebeu o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura do DF e foi desenvolvido pela equipe do Instituto Viva Capital, em parceria com a Casa da Cultura da América Latina da Universidade de Brasília (UnB) e com o Arquivo Público do DF, que cedeu grande parte do material magnético.

fonte: Ibran - Instituto Brasileiro de Museus, publicado em 16/05/2010

convite sp-arte 2011

convite! sp-arte 2011 - feira internacional de arte de são paulo,  
por dconcept escritório de arte e juliana garcia

de 12 a 15 de maio.

convite sp-arte 2011 por Juliana Garcia

>> mais informações sobre dconcept na sp-arte 2011
>> mais informações sobre a artista Juliana Garcia na sp-arte 2011

sp-arte/2011
12 e 13 de maio, das 14h as 22h e 14 a 15, das 12h as 20h.
Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Parque do Ibirapuera, Portão 3. São Paulo, Brasil.
Ingressos: Ingresso R$ 30,00. Meia entrada R$ 15,00. [para estudantes, mediante apresentação de carteira, e para maiores de 60 anos]. Aceitam cartões de débito e crédito, dinheiro ou cheque.

>> veja programação completa no site da SP-Arte 2011 / Feira Internacional de Arte

sp-arte 2011, feira internacional de arte de são paulo

Mercado em alta em mais uma SP-Arte
Em sua 7ª edição, feira é inaugurada hoje reunindo estandes de 89 galerias

fonte: O Estado de S.Paulo, por Camila Molina, em 11/05/2011

A SP-Arte 2011 - Feira Internacional de Arte de São Paulo, que é inaugurada hoje para convidados e amanhã para o público, vai ocupando cada vez mais o prédio da Bienal. Em sua 7.ª edição, o evento, que tem 89 galerias participantes (delas, 14 estrangeiras), se estende pelo térreo, primeiro piso e até pelo segundo andar do Pavilhão Ciccillo Matarazzo no Ibirapuera, apresentando mais de 2.500 obras de arte moderna e contemporânea. "Mas não tenho interesse em transformar a feira em feirão", diz a advogada e colecionadora Fernanda Feitosa, diretora e criadora do evento, que ocorre desde 2005 no mesmo local. "Chegar, num futuro, a até 120 galerias é um número humano", completa.

Não é novidade que o mercado de arte brasileiro continua indo bem. No ano passado, a SP-Arte teve aumento de 15% de vendas em relação à edição anterior - foram cerca de R$ 32 milhões de comércio direto de obras artísticas. "E pode ser que tenha acréscimo este ano", diz a diretora da SP-Arte.

Para se ter uma ideia ainda dos bons ventos do mercado, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) apresentou alguns dados interessantes, como o de que se movimentou, em 2009, US$ 14,93 milhões (recorde) de vendas de obras brasileiras no exterior e, em 2010, US$ 10 milhões. Os principais destinos das criações nacionais foram EUA, Suíça, Reino Unido, Espanha, México, Emirados Árabes e Suécia.

A feira paulistana integra, assim, esse circuito. Mas Fernanda não vê, ainda, impacto no evento do anúncio de que em setembro será realizada a Art Rio, feira de arte carioca no Pier Mauá - que, na verdade, vem adiando sua concretização há um tempo. "É uma iniciativa interessante porque surgiu da SP-Arte."

Escala residencial. "A maior saída da feira e de obras da chamada escala residencial", diz Fernanda Feitosa. São raros os casos de vendas, em todas as edições da feira, de peças milionárias, apesar de sempre se ver no evento estandes de galerias que trabalham com artistas modernos. O grande escopo comercializado se refere a fotografias, pinturas e objetos e é uma boa iniciativa da SP-Arte dedicar o espaço do mezanino do prédio para galerias menores ou jovens como Emma Thomas e Amarelonegro.

Mas, de alguma maneira, a diretora da SP-Arte criou, este ano, um espaço para instalações e obras de maiores dimensões no segundo piso da Bienal para o que ela considera ser um chamativo "para compras institucionais". São 22 obras na área, de artistas como Regina Silveira - que recriou sua famosa intervenção feita na 24.ª Bienal de São Paulo, em 1998 -, Luiz Zerbini, Iole de Freitas e Marepe. Entretanto, o espaço das instalações parece não ter sintonia com a feira. No segundo piso, ainda, há sala para exibição de vídeos selecionados pela crítica Paula Alzugaray.

O crescimento do tamanho da SP-Arte 2011 inclui uma maior participação de galerias estrangeiras, algumas, pela primeira vez, como La Fabrica, de Madri, dedicada à fotografia, Filomena Soares, de Lisboa, e Hasted Kraeutler, de Nova York. "O crescimento internacional pode ser em qualquer direção", diz Fernanda, mas ressaltando que a feira deveria "ter uma participação mais latina". Interessante também a entrada de galerias de Ribeirão Preto (a Marcelo Guarnieri, com peças de Yamamoto Masao e Richard Serra) e de Brasília (Referência). Orçada em mais de R$ 2 milhões - Lei Rouanet e recursos próprios -, a SP-Arte ainda oferece, entre amanhã e sábado, programação gratuita de mesas-redondas no auditório do MAM e abrigará lançamentos de livros e publicações.

SP-ARTE

Pavilhão da Bienal. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 3, Parque do Ibirapuera. 5ª e 6ª, das 14 h às 22 h; sáb. e dom., das 12 h às 20 h. R$ 30. Até 15/5. Hoje, abertura, das 18 h às 22 h.

veja galerias, artistas e mais informações no site da SP-Arte 2011 / Feira Internacional de Arte

encontro da Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, com a área cultural de SP

"O Ministério da Cultura, por meio de sua Representação Regional e da Representação Regional da Fundação Nacional de Artes – Funarte, juntamente com a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo convidam para o ENCONTRO DA MINISTRA DA CULTURA ANA DE HOLLANDA COM A ÁREA CULTURAL DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Contamos com a presença de artistas, gestores, produtores, artesãos, sindicatos, cooperativas, associações, educadores e interessados em geral.

DIA: 10 de maio (terça-feira), às 14h30
LOCAL: Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo – Auditório Paulo Kobayashi."

*fonte: texto de convite, por Cultura SP, em 04/05/2011

ministra da Cultura, Ana de Hollanda, na berlinda

Ministra na berlinda
No Congresso, no PT e entre os ativistas, crescem boatos sobre sua queda iminente

fonte: O Estado de S. Paulo, Jotabê Medeiro, em 04/05/2011

Cresce a possibilidade concreta de a presidente Dilma Rousseff trocar a chefia do Ministério da Cultura. Após 5 meses à frente da pasta, a ministra Ana de Hollanda dá sinais de esgotamento e isolamento - e fontes do governo dizem que a presidente está incomodada com a "paralisia" no setor cultural. No Congresso Nacional, os deputados da base de apoio ao governo já pressionam fortemente para que seja tomada uma decisão que destrave o MinC - falando abertamente na demissão da ministra.

"Uma pessoa não pode continuar no Ministério da Cultura para barrar uma política que já foi aprovada nas urnas. É isso que está em jogo. Se não existisse uma política construída, poderíamos ter um grau de tolerância maior (em relação à ministra), mas se ela achar que não pode conduzir essa política, deve ser substituída. Senão, pode acabar respingando na presidenta", disse o deputado José Nazareno Cardeal Fonteles, do PT do Piauí.

Fonteles assinou o manifesto que circula na internet, subscrito até ontem por mais de 2 mil pessoas, e que pede mudança urgente nos rumos do MinC. Nazareno integra a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. Ontem, o deputado Alexandre Molon (PT-RJ) pediu uma audiência na Comissão de Educação e Cultura da Câmara para discutir as relações entre o MinC e o Ecad.

Os rumores sobre a queda de Ana de Hollanda tiveram o volume aumentado após revelações, pelo Estado e pelo jornal O Globo, de fraudes no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais (Ecad). A ministra manifestou-se abertamente, repetidas vezes, contra a fiscalização no órgão. O Globo chegou a divulgar emails de dirigentes do Ecad que se referem a uma certa "amiga do Ecad" no MinC.

Em Brasília, dois nomes já foram até cogitados publicamente para substituir Ana de Hollanda. Ambos são seus secretários: Marta Porto e Sérgio Mamberti. O primeiro surgiu no blog do jornalista Renato Rovai, que tem relações próximas no PT e edita a revista Forum. "Uma parte do setor petista que está no Ministério da Cultura tem conversado sobre o nome de Marta Porto, atual secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, para substituir a atual ministra Ana de Holanda", escreveu Rovai.

"Este blogue conversou com diferentes pessoas que foram consultadas sobre o que achavam da substituição. A articulação passa pela sala do presidente da Funarte, Antonio Grassi, que teria se convencido de que não está valendo à pena sustentar Ana de Holanda no cargo. Grassi, um dos principais articuladores do nome de Ana, discordou dela quando da retirada do Creative Commons do site do MinC, mas não levou o debate a público", finaliza o texto.

A contrariedade com a ministra também chegou ao Senado. Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) diz que já há elementos suficientes para pedir uma CPI "sobre as relações do Ministério da Cultura com o Ecad", o que ele pretende fazer nos próximos dias. O senador Rodrigues pensa em inquirir a ministra sobre recente sabatina a que ela foi submetida no Congresso, na qual ela teria dito: "Vocês acham que a Dilma nomearia uma ministra com relações com o Ecad?" A se confirmar o conteúdo nos emails trocados entre dirigentes do Ecad, a ministra poderia ter mentido no plenário sobre suas relações com o órgão. "A gente parte do pressuposto de que o que é dito por um ministro de Estado é a verdade, mas o que ela disse não está combinando com os fatos que estão surgindo", afirmou.

Nota do MinC, ontem, dizia o seguinte: "Nessa reta de finalização do anteprojeto que atualiza a Lei de Direitos Autorais, é papel do MinC ter interlocução com todos os segmentos envolvidos no tema. Isso não significa, de maneira alguma, dar abertura para quaisquer tratativas que não as estritamente permitidas e recomendadas pela ética".

O ator José de Abreu, que manteve uma postura ponderada até alguns dias atrás, dizendo torcer pelo sucesso de Ana de Hollanda e de uma agenda positiva, já aderiu também ao movimento pela substituição da ministra. "Conversei com companheiros da base aliada. Parlamentares, membros dos partidos, ministros e ex-ministros. Refleti e cheguei a uma conclusão", disse o ator. "Na semana passada comuniquei à ministra que retirava meu apoio." Segundo Abreu, a Carta Aberta à Presidente Dilma já deveria ter circulado há dois meses, mas ele próprio pediu paciência aos militantes para segurar o documento.

Consultadas, fontes oficiais do MinC dizem considerar tudo uma boataria, plantada por interesses alheios ao debate que se trava no MinC neste momento. Mas os atos da ministra têm provocado reações imediatas. Nota do ministério desmentindo qualquer vinculação da pasta com o Ecad, ontem, indiretamente acusava a gestão anterior, de Juca Ferreira e Gilberto Gil, de não ter feito o debate sobre o direito autoral de forma transparente e democrática. Com isso, a grita contra Ana só fez crescer no Twitter.

PARA ENTENDER

1. Creative Commons

Em 21/1, Estado noticia retirada de selo de entidade de licença autoral, Creative Commons, considerado "propaganda" pelo MinC. Ativistas protestam.

2. Mudança

Em 1/3, Estado e O Globo noticiam demissão do diretor de Direitos Intelectuais do MinC.

3. Emir Sader

Três dias depois, ministra, chamada de "meio autista" na Folha de S.Paulo pelo sociólogo que pretendia nomear para a Fundação Casa de Ruy Barbosa, cancela nomeação. 

link para matéria original

ciclo de encontros SP-Arte 2011

SP-Arte 2011 divulga programação de ciclo de encontros

A SP-Arte 2011, que acontece entre 12 e 15 de maio, no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, divulgou a programação das já tradicionais mesas redondas. As palestras, que abordam diferentes vertentes do mercado no Brasil e no mundo, serão ministradas por renomados artistas, curadores e especialistas em arte.

Confira, a seguir, a agenda completa:

Local: Auditório Lina Bo Bardi | MAM
Entrada gratuita e vagas limitadas

*a entrada é livre e respeitará a ordem de chegada do público. Não é necessário fazer inscrição.

12 MAIO | QUINTA-FEIRA

16h | DISCURSOS SOBRE O MERCADO
Jones Bergamin [Bolsa de Arte]
Olav Velthuis [Universidade de Amsterdã. Autor de Talking Prices]
Pedro Barbosa [Colecionador]

18h | MERCADO LATINO-AMERICANO
Patricia Sloane [Curadora, México]
Virgílio Garza [Christies NY]
Alessandra D´Aloia [Presidente ABACT]

13 MAIO | SEXTA-FEIRA

16h | COLEÇÕES EM MUSEUS
Luis Camillo Osorio [Curador, MAM RJ]
Marcelo Araújo [Diretor da Pinacoteca do Estado de Sao Paulo]
Tadeu Chiarelli [Diretor MAC USP]
Maria Hirszman [Jornalista O Estado de S.Paulo]

COLEÇÕES PRIVADAS
18h | José Olympio Pereira [Colecionador]
18h45 | Gunnar B Kvaran [Diretor Astrup Fearnley Museu de Arte Mofderna, Oslo]
19:30h | Bernardo Paz [fundador Instituto Inhotim]

14 MAIO | SÁBADO

MONOGRAFIA DE ARTISTA
15h | Nelson Felix e Rodrigo Naves
16:30h | Nuno Ramos e Alberto Tassinari

18h | EDITORIAL REVISTAS DE ARTE
Celia S. de Birbragher [Editora da Revista ArtNexus | Arte en Colombia]
David Barro [Revista Dardo, Espanha]
Paula Alzugaray [Editora da Revista Select]

*fonte: SP-Arte / Feira Internacional de Arte, publicado em 28/04/2011

>> O Fórum Permanente fará a transmissão on-line (ao vivo) 
das mesas redondas da sp-arte 2011.