projeto multimídia "Arte Fora do Museu"

Projeto mapeia obras de arte nas ruas de São Paulo
"Arte Fora do Museu" traz um catálogo de pinturas, esculturas, construções arquitetônicas e grafites em espaços públicos"

em Brasil de Fato, por Patrícia Benvenuti, em 12/07/2011

Mapear obras de arte que estão nas ruas mas que passam despercebidas na cidade de São Paulo. Esse é o objetivo do projeto multimídia Arte Fora do Museu, que traz um catálogo de pinturas, esculturas, construções arquitetônicas e grafites em espaços públicos paulistanos.

O projeto dos jornalistas André Deak e Felipe Lavignatti apresenta 103 obras, que vêm com uma sinopse detalhada junto do comentário de um especialista, transformando o site em uma visita guiada pela cidade.

Lavignatti explica que a iniciativa surgiu em 2008, quando ele visitou uma exposição na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Lá ele se deparou com cópias de obras de Aleijadinho, o que o deixou surpreso.

"Eu não sabia que tinha cópias do Aleijadinho em São Paulo e pensei que devia haver muitas obras que não estão catalogadas. No Masp [Museu de Arte de São Paulo] tem um catálogo das obras, mas como saber o que está na rua?", questiona.

A ideia ressurgiu com força no ano passado, quando o projeto para mapear as obras ganhou a Bolsa Funarte de Reflexão Crítica e Produção Cultural para Internet.

A partir daí, com a ajuda de um crítico de arte e de um profissional voltado para turismo de arte, o material já existente foi reunido e iniciou-se a pesquisa por novas obras.

Entre os critérios para a catalogação das obras estão sua relevância reconhecida por especialistas; obras consideradas modernas ou contemporâneas; as proximidades do centro expandido da metrópole; e acesso gratuito e fácil ao pedestre (sem ingressos ou agendamentos).

Lavignatti também afirma que o levantamento pode ajudar na preservação e restauro das obras, já que muitas se encontram em situação precária. Como exemplo ele cita a Praça da Sé, onde, das três obras indicadas no projeto, duas sofrem com a deterioração. "Com esse trabalho os órgãos públicos podem abrir os olhos para isso", diz.

O próximo passo será fazer uma versão em inglês do trabalho, que poderá servir, inclusive, para o turismo na cidade.

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